quarta-feira, 27 de julho de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO AMERICANA E CARIBENHA

A UNEGRO União de Negros pela Igualdade, tem a honra de CONVIDAR V.Sa., para participar do evento em homenagem ao

“DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA

LATINO AMERICANA E CARIBENHA”


Data: 28/07/2011

Horário: 19:00 horas

Local: Câmara Municipal – Ribeirão Preto

Avenida Jerônimo Gonçalves nº 1200


REALIZAÇÃO:


Vereador André Luis PCdoB


Ana Almeida

Coordenadora Unegro – Ribeirão Preto

PIQUENIQUE NA PEDREIRA

06 de Agosto às 15:00h

Venha com sua família, traga seu lanche e participe do movimento pelo

PARQUE ECOLÓGICO NA PEDREIRA SANTA LUZIA

CONCENTRAÇÃO: Rua Albert Einstein, 604

(Seja amigo do parque também no facebook “PARQUE DA PEDREIRA SANTA LUZIA”

Centro Cultural Quintino II

Este Centro Cultural fica perto da minha casa, e estava muito abandonado, mas a organização popular com o devido apoio do poder público deu vida novamente a este espaço, fiz uma visita e gostei muito do que vi, pintura nova, grafites, espaço para dança, esporte, formação e muito mais, quero estar lá neste dia especial para toda nossa comunidade.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Come - Fogo, entrevistas, imagens e muita emoção.

No último dia 23 de Julho aconteceu um grande clássico em nossa cidade, o Estádio Santa Cruz sediou o tradicional Come-Fogo que acabou empatado em 1 a 1 , uma bela cobrança de falta do lateral Rossato que abriu o placar, mas em menos de três minutos Fillip o camisa 11 do Pantera deixou tudo igual, apesar do empate foi um grande espetáculo que tive o prazer de acompanhar ao vivo registrando imagens e entrevistas que vocês podem verificar logo abaixo.



Para quem acessa meu blog e não conhece Ribeirão Preto gostaria de explicar esta paixão que move este grande clássico e para isso temos que voltar ao dia 19 de dezembro de 1954 data oficial da primeira partida destes dois tradicionais times de nossa cidade onde também ocorreu um empate em 1 x 1 no antigo estádio Luís Pereira, onde hoje funciona o Poliesportivo do Botafogo.


"Um autêntico Come-Fogo! Sim, um clássico do nosso futebol principal, no futuro, na segunda divisão do futebol profissional bandeirante será qualquer coisa de grandioso".


Esta frase acima foi escrita pelo cronista esportivo Lúcio Mendes, que é considerado o pai da expressão come-fogo.


Segue alguns dados sobre este clássico: com relação à fase profissional (desde 1954) onde foram realizadas 134 partidas oficiais com 51 empates contando com este do dia 23 de Julho, 54 vitórias do Pantera e 29 do Leão.


Abaixo posto algumas fotos e as entrevistas que fiz com dirigentes, jogador e torcedores.




Imagem da 1° partida oficial





Vista da cabine da CMN







Inicio do jogo.



Logo após os gols.


Entrevista Presidente do Comercial Nelson Lacerda no intervalo do jogo.


Rossato atacante do comercial e autor do gol, entrevista antes do 2° tempo e do gol.



Entrevista Presidente do Botafogo Silvio Martins no intervalo do jogo.



Entrevista final do jogo torcedor do comercial.


Entrevista final do jogo com torcedor do Botafogo, nesse caso encontri por acaso o grande professor de história tradicional de nossa cidade prof. Gelfuso que deu sua opinião sobre este clássico.

Plenária de Mulheres e fundação do núcleo local da UBM

No último 21 de Julho, uma quinta feira, tivemos a grata oportunidade de receber em nossa cidade a combativa dirigente da União Brasileira de Mulheres, Ana Martins, que foi vereadora em São Paulo e Deputada Estadual.



Tivemos uma belíssima plenária que teve presença marcante de homens e mulheres de Ribeirão Preto que querem colaborar na luta das mulheres por igualdade, também participaram desta plenária o vereador André Luis - PCdoB, Wagner Rodrigues - Presidente do sindicato dos servidores municipais e Ana Almeida da UNEGRO.

Foi aprovada na plenária um documento de propostas para serem debatidas na próxima conferência municipal do PCdoB como também foi fundado o núcleo da UBM local, entre as mais variadas propostas foi muito citado a questão das creches e das políticas públicas especificas na área de saúde das mulheres, tive a oportunidade de entrevistar Ana sobre esta atividade que mobilizou homens e mulheres de nossa cidade, clique abaixo e ouça a entrevista.











terça-feira, 19 de julho de 2011

Programa Colisão

Tive o prazer de participar deste belissimo trabalho dos alunos de comunicação social da UNISEBE, quando fui gravar não tinha a menor idéia do que se tratava a gravação, era para ser no improviso, o final vcs podem conferir como ficou.
Uma produção dos alunos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo do UNISEB centro universitário, ele consiste no conflito de entrevistas distintas em um formato de cortes secos que da mais dinamismo ao programa.

Plenária Mulheres em Debate

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Seminário “Olhar o Centro”


O projeto consiste na realização de um seminário sobre o centro histórico da cidade de Ribeirão Preto a partir da Rua José Bonifácio, rua significativa na história da cidade. Esse seminário com três dias de duração, fará um diagnóstico da situação do patrimônio histórico da cidade por meio de seu agentes, trará experiências exitosas de conservação de centros históricos de outras cidades como também trabalhos acadêmicos sobre a Rua José Bonifácio e o centro da cidade e, posteriormente, traçará um cenário e uma agenda positiva para a área. Como evento complementar, um concurso e exposição de fotografias "Olhar o Passado" para estimular o reconhecimento do povo ribeirãopretano dos diversos elementos históricos espalhados pelo centro. O projeto terá duração de seis meses, sendo que o concurso de fotografia antecederá o Seminário num período de quatro meses entre divilgação, inscrição e seleção. As fotos selecionadas, por juri especial formado por pessoas indicadas pelas instituições aliadas, comporão a exposição na abertura do Seminário e serão premiadas as vencedoras do juri popular composto pelos participantes do Seminário e permanecerão expostas no Memorial da Classe Operária - UGT e posteriormente em outros espaços disponíveis. No primeiro dia de evento haverá a abertura da exposição e do Seminário com a apresentação do diagnóstico. No segundo dia, a apresentação das experiências e dos trabalhos acadêmicos e a premiação do concurso de fotografia. No terceiro dia a realização de um mini-curso abordando práticas, fundamentos e legislação da área. Como produto do evento, a publicação digital da memória do evento contendo as fotos vencedoras.

Data: Dias 15, 16 e 17 de Setembro de 2011.
Local: Memorial da Classe Operária – UGT
Rua José Bonifácio, 59 – Centro – Ribeirão Preto/SP
Fone: (16) 3610-8679
Informações e Inscrições: www.paubrasil.org.br

(no site será postado o regulamento e a ficha de inscrição para o concurso de fotografia, como também toda a informação e inscrições para o seminário)

Realização: Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil / Associação Amigos do Memorial da Classe Operária – UGT/ Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo – SASP.

Apoio: Prêmio de Incentivo à Cultura – Secretaria de Cultura - Prefeitura da Cidade de Ribeirão Preto.








Programação preliminar.

Dia 15 – Quinta feira

18h30 - Credenciamento
19h00 – Abertura da Exposição de fotografias “Olhar o Passado” e Exibição do filme sobre o centro de Ribeirão Preto
20h00 – Palestra do Prof°. Eder Donizete da Silva e lançamento do livro “A história contadada através de uma rua” de sua autoria.
21h30 – Encerramento com a premiação das fotos vencedoras.

Dia 16 – Sexta-feira

09h00 às 10h15 - Apresentação de Trabalhos Acadêmicos sobre o Centro de Ribeirão Preto: Prof°. Rodrigo de Faria - "Ribeirão Preto, uma cidade em construção"
10h15 – Café
10h30 às 11h30 – Apresentação do Inventário de Referencias Culturais de Ribeirão Preto – Relatório da Fase I - Rede de Cooperação Identidades Culturais
11h30 às 12h00 – Intervenções e debates
12h00 – Almoço
14h00 às 15h30 – Apresentação de Experiências Exitosas de Conservação de Centros Históricos
15h30 - Café
15h45 às 17h00 - Discussão de Estratégias de Aplicação da Política Pública de Educação e Preservação do Patrimônio Cultural
Exibição do filme sobre o centro de Ribeirão Preto no Cine Clube Cauim para alunos da rede pública (horário a definir)

Dia 17 – Sábado

09h00 às 12h00 – Mini Curso de Educação Patrimonial com Liamar Tuon


O objetivo principal do projeto é estimular os cidadãos e cidadãs de Ribeirão Preto para elaboração de uma política pública de Educação e Preservação Patrimonial com instrumentos de sensibilização e divulgação do patrimônio histórico e cultural de Ribeirão Preto. A partir da experiência e do contato direto com temas, e evidências específicas de manifestações culturais, a população, através da sensibilização, conscientização e motivação, experimentam diretamente o acesso as informações, compreendendo e valorizando, num processo contínuo de conhecimento.
A educação patrimonial leva a um processo de autoconhecimento, apropriação e valorização da herança cultural e da identidade com a cidade. Com o resgate de uma relação de afeto da comunidade com o patrimônio, o projeto pretende contribuir para o acesso à produção de bens culturais, promovendo o sentimento de identidade e cidadania.
A proposta visa alcançar a população, em conjunto com outros organismos de ação cultural, social e regional da cidade, focando sempre em ajudar a comunidade a resgatar a identidade local e o aprendizado.
Pretende-se atingir com o projeto o maior número possível de pessoas, sendo elas o objeto multiplicador da ação.
A proposta é divulgar e orientar os cidadãos a conservar e preservar não só o patrimôno histórico e artístico da cidade, mas também os próprios espaços de uso coletivo.


terça-feira, 12 de julho de 2011

3 Feijoada com Roda de Samba

Desalojamento de Familias

Segue video sobre desalojamento de mais de 700 pessoas da Favela da Família, localizada no Jd. Aeroporto, zona norte de Ribeirão Preto. O terreno ocupado por pessoas sem-teto é particular, porém estava abandonado há 14 anos. Vindos de outras favelas também desapropriadas pela prefeitura, muitas destas pessoas despejadas voltaram para a rua, assista o video abaixo e confira.


Novo curso USP-Univesp abre inscrições

12/07/2011
Agência FAPESP – A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) receberá, até o dia 5 de agosto, inscrições para o processo seletivo do curso de especialização em Ética, Valores e Cidadania na Escola.

Firmado em uma parceria do Programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) com a Universidade de São Paulo (USP), o curso é direcionado a portadores de diploma do ensino superior que estejam exercendo as atividades de professor, coordenador pedagógico, vice-diretor ou diretor em instituição de educação infantil, de ensino fundamental, médio ou profissional.

O curso de especialização é gratuito, tem duração de 18 meses, carga horária de 480 horas e garante ao formando o diploma da USP. São oferecidas mil vagas, distribuídas pelo Estado de São Paulo.

Assim como outros cursos do Programa Univesp, a configuração da especialização em Ética, Valores e Cidadania na Escola é semipresencial, com encontros semanais obrigatórios de 4 horas/aula. As demais atividades serão desenvolvidas por meio de ferramentas digitais/virtuais que promovem ambientes colaborativos e cooperativos disponibilizados na internet, por meio de programas da Univesp TV e videoaulas.

Os interessados devem se inscrever exclusivamente pelo site da Fuvest (www.fuvest.br). Após o preenchimento da ficha de inscrição, o interessado deve pagar uma taxa de R$ 55,00 na rede bancária.

A prova será realizada no dia 14 de agosto, domingo, na cidade que o candidato indicou como opção para cursar as atividades presenciais obrigatórias (na Baixada Santista a prova será na cidade de Santos), em local e horário a serem divulgados no site da Fuvest.

O exame será constituído por uma redação em língua portuguesa, elaborada em gênero dissertativo e seguindo a norma padrão da língua, sob temática relacionada aos objetivos do curso, com pontuação máxima de 100 (cem) pontos. A nota da redação será o resultado da avaliação de: tipo de texto e abordagem do tema; estrutura; e expressão.

Mais informações: http://univesp.ensinosuperior.sp.gov.br.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

1ª Conferência Municipal sobre Transparência e Controle Social


Estivemos presentes na sede da UGT – Memorial da Classe Trabalhadora, na Rua José Bonifácio, 59 – Ribeirão Preto – SP, às 19 horas para discutir a Convocação da Etapa Municipal da 1ª Conferência sobre Transparência e Controle Social – 1ª CONSOCIAL.
Esta Conferência será um grande momento para debatermos junto a sociedade formas de controle e transparência dos atos públicos governamentais através da participação efetiva da sociedade, nossa próxima reunião será dia 15/07 às 19;30 horas no memorial da Classe Trabalhadora – Rua José Bonifácio 59 – Centro

Pauta: leitura do Regimento Interno sobre a Conferência Municipal, sugerido pela CGU e fixação de dados requeridos no mesmo.

Se agende e participe também...

PATRIMÔNIO CULTURAL NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA

16/07/2011 - Caminhos da Memória: partindo do nosso patrimônio individual para compreender o patrimônio cultural. Profa. Ms. Liamar I. Tuon

30/07/2011 - Cultura e patrimônio cultural. Profa. Dra. Nainora M. B. de Freitas

06/08/2011 - Preservação de patrimônio cultural. Profa. Dra. Nainora M. B. de Freitas

27/08/2011 - As origens da cidade de Ribeirão Preto e a preservação de seus bens culturais. Carla Vannucchi

24/09/2011 - Café, imigração e a cidade de Ribeirão Preto: roteiros culturais. Prof. Ms. Milton Carneiro Junior

22/10/2011 - Arquivos e preservação da memória. Leila Heck

12/11/2011 - Os documentos e a preservação do patrimônio cultural na sala de aula. Prof. Ms. Milton Carneiro Junior

10/12/2011 - A cidade como fonte de pesquisa, cultura e lazer e a preservação dos bens culturais locais. Profa. Ms. Liamar Izilda Tuon


Local: Memorial da Classe Operária. Rua José Bonifácio, 53. Ribeirão Preto. Das 8h30 às 12h30. Inscrições grátis pelo telefone (16) 3610-8679 ou pelo e-mail: amigosdoarquivorp@gmail.com

Promoção
Prêmio de Incentivo Cultural da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto-SP
Secretaria Municipal da Cultura

Parceria
Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto-SP
Associação de Amigos do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto-SP

Certificado de 32h para os participantes que comparecerem a todas as Oficinas

terça-feira, 5 de julho de 2011

Funeral para a Saúde

 Gostaria de relatar com muito pesar um fato que ocorreu comigo e minha familia na unidade de saúde de nossa cidade, ontem dia 04 de Julho de 2011 estive na UBDS do Quintino II, minha mãe teve um aumento de pressão repentino, a mesma deu entrada no posto as 17:00 e foi atendida por volta das 19:00, depois de muitas informações desencontradas sobre se tinha médico na unidade para prestar o atendimento ela foi medicada quase as 19:30.

Diante desta situação procurei me informar com funcionários e pacientes sobre o que estava acontecendo no posto para ter aquela demora no atendimento, foi então que descobri que no período da manhã houve uma agressão a um médico na unidade Dr. Sandro que teve a retina descolada devido a violência do paciente que estava sendo atendido.

Segundo informações o paciente estava algemado e também atacou uma enfermeira de nome Daniela, o médico agredido não estava na unidade naquele momento para atender a população devido a este fato que ocorreu na parte da manhã.

A unidade está em reforma e não há espaço e organização para o atendimento a população, além de constatar que apesar de nas salas de atendimento constar estrutura para instalação de computadores o mesmos se encontram guardados em armários sem utilização nenhuma, perguntei pela gerente da unidade e nisso fui atendido pela sua substituta no momento cujo nome não me recordo agora, e questionei com a mesma sobre a comissão local de saúde, se estava tendo reuniões, como estava o andamento, a mesma não soube me informar sobre os dias da reunião, só confirmou que tinha e que me informasse na secretaria sobre os dias das reuniões da comissão, e foi o que fiz hoje e descobri infelizmente que desde 2009 não tem comissão local de saúde na unidade do Quintino II, mais um fator que colabora para o caos que se encontra a saúde nesta unidade, é necessário medidas urgentes de atenção com relação a saúde de nossa população, pois ninguém vai ao médico para passeio, mas sim porque precisa de fato, é um direito fundamental o acesso a saúde de forma digna e integral, e o que presenciei nesta unidade náo é nada digno para aqueles que precisam de atendimento.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Idelber Avelar: O que você não leu na mídia sobre Paulo Renato

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http://lagesnareal.blogspot.com/2011/07/outra-face-do-amigo-do-filosofo-cansado.html

Paulo Renato

Morreu de infarto, no último dia 25, aos 65 anos, Paulo Renato Souza, fundador do PSDB. Paulo Renato foi Ministro da Educação no governo FHC, Deputado Federal pelo PSDB paulista, Secretário da Educação de São Paulo no governo José Serra e lobista de grupos privados. Exerceu outras atividades menos noticiadas pela mídia brasileira.

Por Idelber Avelar*

Nas hagiografias de Paulo Renato publicadas nos últimos dois dias, faltaram alguns detalhes. A Folha de São Paulo escalou Eliane Cantanhêde para dizer que Paulo Renato deixou um “legado e tanto” como Ministro da Educação. Esqueceu-se de dizer que esse “legado” incluiu o maior êxodo de pesquisadores da história do Brasil, nem uma única universidade ou escola técnica federal criada, nem um único aumento salarial para professores, congelamento do valor e redução do número de bolsas de pesquisa, uma onda de massivas aposentadorias precoces (causadas por medidas que retiravam direitos adquiridos dos docentes), a proliferação do “professor substituto” com salário de R$400,00 e um sucateamento que impôs às universidades federais penúria que lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos 90.

Ainda na Folha de São Paulo, Gilberto Dimenstein lamentou que o tucanato não tenha seguido a sugestão de Paulo Renato Souza de “lançar uma campanha publicitária falando dos programas de complementação de renda”. Dimenstein pareceu desconsolado com o fato de que “o PSDB perdeu a chance de garantir uma marca social”, atribuindo essa ausência a uma mera falha na campanha publicitária.

O leitor talvez possa compreender melhor o lamento de Dimenstein ao saber que a sua Associação Cidade Escola Aprendiz recebeu de São Paulo a bagatela de três milhões, setecentos e vinte e cinco mil, duzentos e vinte e dois reais e setenta e quatro centavos, só no período 2006-2008.

Generosidade

Não surpreende que a Folha seja tão generosa com Paulo Renato. Gentileza gera gentileza, como dizemos na internet. A diferença é que a gentileza de Paulo Renato com o Grupo Folha foi sempre feita com dinheiro público. Numa canetada sem licitação, no dia 08 de junho de 2010, a FDE da Secretaria de Educação de São Paulo transfere para os cofres da Empresa Folha da Manhã S.A. a bagatela de R$ 2.581.280,00, referentes a assinaturas da Folha para escolas paulistas. Quatro anos antes, em 2006, a empresa Folha da Manhã havia doado a curiosa quantia – nas imortais palavras do Senhor Cloaca – de R$ 42.354,30 à campanha eleitoral de Paulo Renato. Foi a única doação feita pelo grupo Folha naquela eleição. Gentileza gera gentileza.

Mas que não se acuse Paulo Renato de parcialidade em favor do Grupo Folha. Os grupos Abril, Estado e Globo também receberam seus quinhões, sempre com dinheiro público. Numa única canetada do dia 28 de maio de 2010, a empresa S/A Estado de São Paulo recebeu dos cofres públicos paulistas – sempre sem licitação, claro, porque “sigilo” no fiofó dos outros é refresco –a módica quantia de R$ 2.568.800,00, referente a assinaturas do Estadão para escolas paulistas. No dia 11 de junho de 2010, a Editora Globo S.A. recebe sua parte no bolo, R$ 1.202.968,00, destinadas a pagar assinaturas da Revista Época. No caso do grupo Abril, a matemática é mais complicada. São 5.200 assinaturas da Revista Veja no dia 29 de maio de 2010, totalizando a módica quantia de R$1.202.968,00, logo depois acrescida, no dia 02 de abril, da bagatela de R$ 3.177.400, 00, por Guias do Estudante – Atualidades, material de preparação para o Vestibular de qualidade, digamos, duvidosíssima.

O caso de amor entre Paulo Renato e o Grupo de Civita é uma longa história. De 2004 a 2010, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação de São Paulo transfere dos cofres públicos para a mídia pelo menos duzentos e cinquenta milhões de reais, boa parte depois da entrada de Paulo Renato na Secretaria de Educação.

Mas que não se acuse Paulo Renato de parcialidade em favor dos grandes grupos de mídia brasileiros. Ele também atuou diligentemente em favor de grupos estrangeiros, muito especialmente a Fundação Santillana, pertencente ao Grupo Prisa, dono do jornal espanhol El País. Trata-se de um jornal que, como sabemos, está disponível para leitura na internet. Isso não impediu que a Secretaria de Educação de São Paulo, sob Paulo Renato, no dia 28 de abril de 2010, transferisse mais dinheiro dos cofres públicos para o Grupo Prisa, referente a assinaturas do El País.

O fato já seria curioso por si só, tratando-se de um jornal disponível gratuitamente na internet. Fica mais curioso ainda quando constatamos que o responsável pela compra, Paulo Renato, era Conselheiro Consultivo da própria Fundação Santillana! E as coincidências não param aí.

Além de lobista da Santillana, Paulo Renato trabalhou, através de seu escritório PRS Consultores – cujo site misteriosamente desapareceu da internet depois de revelações dos blogs NaMaria News e Cloaca News –, prestando serviços ao … Grupo Santillana!, inclusive com curiosíssima vizinhança, no mesmo prédio. De fato, gentileza gera gentileza. E coincidência gera coincidência: ao mesmo tempo em que El País “denunciava”, junto com grupos de mídia brasileiros, supostos “erros” ou “doutrinações” nos livros didáticos da sua concorrente Geração Editorial, uma das poucas ainda em mãos do capital nacional, Paulo Renato repetia as “denúncias” no Congresso.

O fato de a Santillana controlar a Editora Moderna e Paulo Renato ser consultor pago pelo Grupo Santillana deve ter sido, evidentemente, uma mera coincidência.

Cursinhos pré-vestibular

Mas que não se acuse Paulo Renato de parcialidade em favor dos grupos de mídia, brasileiros e estrangeiros. O ex-Ministro também teve destacada atuação na defesa dos interesses de cursinhos pré-vestibular, conglomerados editoriais e empresas de software. Como noticiado na época pelo Cloaca News, no mesmo dia em que a FDE e a Secretaria de Educação de São Paulo dispensaram de licitação uma compra de mais R$10 milhões da InfoEducacional, mais uma inexigibilidade licitatória era anunciada, para comprar … o mesmíssimo produto!, no caso o software “Tell me more pro”, do Colégio Bandeirantes, cujas doações em dinheiro irrigaram, em 2006, a campanha para Deputado Federal do candidato … Paulo Renato!

Tudo isso para não falar, claro, do parque temático de $100 milhões de reais da Microsoft em São Paulo, feito sob os auspícios de Paulo Renato, ou a compra sem licitação, pelo Ministério da Educação de Paulo Renato, em 2001, de 233.000 cópias do sistema operacional Windows. Um dos advogados da Microsoft no Brasil era Marco Antonio Costa Souza, irmão de … Paulo Renato! A tramoia foi tão cabeluda que até a Abril noticiou.

Pelo menos uma vez, portanto, a Revista Fórum terá que concordar com Eliane Cantanhêde. Foi um “legado e tanto”. Que o digam os grupos Folha, Abril, Santillana, Globo, Estado e Microsoft.

*Idelber Avelar é colunista da Revista Fórum, professor da Tulane University, que fica em Nova Orleans-LA-EUA e mantém o blog O Biscoito Fino e a Massa.

Fonte: Revista Fórum

domingo, 3 de julho de 2011

A quem não interessa o desenvolvimento da agricultura camponesa?


MANIFESTO DOS SERVIDORES PUBLICOS DO INCRA E MDA

Confederação Nacional dos Servidores do INCRA (CNASI)
Associação Nacional dos Servidores do MDA (ASSEMDA)
Associação dos Servidores da Reforma Agrária-DF (ASSERA)

É difícil encontrar alguém contrário à democratização do acesso a terra no Brasil, contrário à reforma agrária, contrário à produção de alimentos saudáveis, contrário à fixação dos trabalhadores rurais no campo. O povo brasileiro pode não compreender, ou mesmo contestar, os métodos de luta dos trabalhadores rurais, mas à causa camponesa, sempre foi solidário. E continua a ser.

E a razão principal desse apoio reside justamente nas marcas sociais que o modelo patronal de produção agrícola provocou ao longo da história. O latifúndio, trabalho escravo, as mortes camponesas, a degradação ambiental, o uso irracional de venenos agrícolas, a produção voltada para fora e não para o seu povo. São marcas que ficaram no imaginário popular; como cicatrizes.

Muita terra nas mãos de poucos… e muita gente sem terra! Esse enredo, meio que religioso; que nos remete às disputas territoriais relatadas no velho testamento, sempre empurrou a opinião pública a favor da pauta camponesa.

Não foi menor que em pesquisa recente do Datafolha, encomendada por organizações ambientalistas, 85% da população brasileira opinasse que a produção agrícola deva ser compatível com a proteção das florestas e dos rios. Percepção latente da sociedade brasileira, que dialoga com o projeto de produção camponesa e sua luta por sistemas produtivos integrados, que zelem pelo ambiente e assegurem, no tempo, a reprodução das diferentes formas de vida.

Porém, a classe dominante insiste em propagar a idéia de que o problema agrário brasileiro está resolvido, de que a estratégia camponesa ficou fora de moda. De que o futuro seria transformar as florestas brasileiras em imensas monoculturas para produção de commodities, tipo exportação. De que a agricultura patronal é a única que produz.

Propositalmente esquecem nossos doutos ideólogos que na história do Brasil, a agricultura empresarial sempre se mostrou ineficiente e que foram os governos quem mantiveram continuamente sua produção, onde a divisão dos recursos estatais sempre favoreceu os grandes proprietários de terras.

Esquecem nossos ideólogos de que a agricultura empresarial, apesar de perfazer 75,7% da área agricultável, concentrando 80% de todo o crédito, é responsável por apenas 62% do valor bruto da produção e ocupa 4,2 milhões dos trabalhadores do campo. A agricultura camponesa, por sua vez, apesar de ocupar apenas 24,3% da área total dos estabelecimentos agropecuários, e receber 20% do crédito pra agricultura, é responsável por 38% do valor bruto da produção, e produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, além de ocupar 12,3 milhões de pessoas.

Os principais produtos da agricultura familiar são justamente o leite, o milho, o feijão, o café, a mandioca. Ou seja, a base alimentar do país.

Não é exagero afirmar que a agricultura camponesa alimenta o Brasil e de que produz o máximo com o mínimo, enquanto os grandes proprietários produzem o mínimo com o máximo.

A ideologia que sustenta o mito da agricultura empresarial é uma falsificação da realidade, palavras ocas de jornalistas e cientistas mal intencionados, de ruralistas que tudo que vêem é o próprio umbigo. Palavras, que quando repetidamente publicadas em jornais e periódicos, criam vacilações, inclusive em governos eleitos por maioria popular.

E aqui temos que fazer uma profunda crítica. Os últimos governos evitaram o conflito político existente em torno da questão agrária, muitas vezes negando-o. Além do que, a política de desenvolvimento agrário nos últimos anos é uma política vacilante e de fracassos.

A população rural no país perdeu 02 milhões de pessoas somente entre 2000 e 2010. Ademais, pelos dados do cadastro de imóveis do INCRA, apresentados recentemente, houve um aumento da concentração da terra entre 2003 e 2010 no Brasil.

Na parca política de assentamentos empreendida, reduziu-se a reforma agrária a promoção de novas áreas assentadas em terras públicas, ampliando a ocupação de florestas primárias. Um gesto de benevolência com o latifúndio, mantido incólume às desapropriações por interesse social, mesmo quando este afrontou a legislação agrária, ambiental e trabalhista. Mesmo quando se manteve improdutivo (hoje temos 69 mil grandes proprietários com 228 milhões de hectares abaixo da produtividade), mesmo quando promoveu desmatamentos, ou mesmo quando manteve trabalho degradante e escravo em seu interior.

Na questão do fomento a produção agrícola camponesa um erro estratégico. O governo forjou uma proposta de inserção competitiva da agricultura familiar aos mercados, no âmbito do que passou a se denominar de cadeias produtivas (a partir da institucionalização do PRONAF), que em última instância submeteu a agricultura familiar a uma relação de dependência com a agricultura capitalista.

As mistificações que os programas de modernização e de desenvolvimento rural promoveram, em particular quando afirmavam que a agricultura familiar só se viabilizaria com sua integração aos mercados, facilitou sobremaneira que o crédito rural se transformasse numa ponte financeira, onde de um lado estavam as indústrias produtoras de insumos (agrotóxicos, máquinas e implementos) e de outro as grandes agroindústrias compradoras das matérias-primas (leite, aves, suínos, etc.). No meio, unindo a oferta de insumos com a compra das matérias primas pelas empresas, estavam os agricultores familiares, orientados pelo modelo tecnológico disseminado (de cima para baixo) pelas empresas públicas e privadas de assistência técnica. E, por detrás, mas conduzindo esse processo de modernização da agricultura, os bancos ou, mais genericamente, o capital financeiro.

Do ponto de vista econômico deu-se a articulação orgânica entre as ações de domesticação ideológica dos agricultores com a adoção do modelo tecnológico dominante, que proporcionou condições objetivas de subalternização desses produtores aos interesses do agronegócio.

O processo de sujeição da agricultura familiar ao mercado conseguiu proporcionar para alguns poucos uma melhora nas condições de vida. Fato insignificante, mas alardeado e propagado pelo governo como a grande vitória na promoção da agricultura familiar, a chegada dos camponeses a classe média. Porém, e essa é a dura realidade, a grande maioria camponesa vive hoje numa situação de penúria, enfrentando enormes dificuldades econômicas. O processo de “inserção competitiva” no mercado fez muitos camponeses receberem um preço abaixo daquele que lhe custa à produção. Como eles não têm preço que garantam a sua reprodução, a renda diminuiu. Hoje, 90% dos agricultores familiares enfrentam alguma dificuldade financeira.

Os números apresentados no plano “Brasil sem miséria”, recentemente publicado pelo governo federal, são um atestado de fragilidade da política agrária. Segundo os dados, do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza, ou seja, 25,5% dos residentes no campo são miseráveis.

No campo temos quase 08 milhões de pessoas vivendo com uma renda familiar per capita inferior a R$ 70. Número semelhante ao que encontramos nas cidades. Porém, se considerarmos que a população urbana brasileira representa atualmente 84% do total, e a população rural apenas 16%; sentiremos o quão dramática é a situação.

E para piorar a situação, evidencia-se hoje o esvaziamento dos órgãos estatais promotores do desenvolvimento agrário.

O INCRA e o MDA enfrentam um enorme déficit quantitativo e qualitativo de servidores públicos. Afora o sempre presente limite orçamentário para ações destes órgãos.

Adicione-se a isso, o crescente desinteresse profissional dos servidores, por conta dos baixos níveis salariais, das fortes assimetrias internas remuneratórias entre categorias correlatas, da precariedade das condições de trabalho, da inexistência de políticas de capacitação, além de outros pontos que conflitam com uma política de valorização dos servidores e da agricultura camponesa.

A política de desenvolvimento agrário implantada nos últimos anos, contrariando as expectativas do povo brasileiro, não democratizou o acesso a terra, não gerou renda para a produção camponesa, não estruturou o Estado para solução dos problemas agrários. Além de incentivar, como nunca, a propagação do predatório modelo de agricultura capitalista no campo brasileiro.

É preciso humildade para reconhecermos os erros cometidos até aqui. E coragem para assumirmos a dimensão política que a pauta agrária assume e enfrentarmos as mudanças de modelo necessárias.

Pois a quem não interessa o desenvolvimento da agricultura camponesa?

Brasilia, 01 de julho de 2011