Nem jornais, articulistas de opinião, e pseudos formadores de opinião
acertaram sobre as perspectivas que a sociedade exigem para o próximo ano,
talvez se debruçarem sobre as vozes que ecoam das ruas poderiam entender o que
nossa sociedade exige....
Por Fábio Sardinha – de Ribeirão Preto:
No último dia 16 de Dezembro milhares foram as ruas de nosso País no ato
político de Luta contra o Impeachment e o Ajuste fiscal e pela saída do presidente
da Câmara federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), milhares e milhares em diversos
Estados com unidade de movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e
trabalhadores que exigiam a permanência da presidenta Dilma Rousseff, mas
também mudanças na política econômica.
Essa foi a tônica que deu a linha nos atos em todo território nacional,
a voz das ruas que parece fazer eco também no Planalto que dois dias após os
atos trocou o comando do Ministério da Fazenda comandado por Levy para as mãos
de Nelson Barbosa, mas para surpresa de muitos a primeira fala do novo Ministro
parece não destoar de Levy.
O Ministro fala em reforma da Previdência Social, possibilidade de
flexibilização da CLT e demais ajustes que atacam direitos históricos da classe
trabalhadora. Diante de tal conjuntura a CUT em parceria com o Vox Brasil
mostra que 90% dos brasileiros são contra mudanças na Previdência Social dentre
outras respostas sobre os caminhos para economia.
O Vox Brasil pesquisou, entre os dias 11 e 14 de dezembro, 2000 pessoas
com mais de 16 anos, nas áreas urbanas e rurais de 153 municípios de todos os
Estados e do Distrito Federal.
A pesquisa demonstra a rejeição aos cortes nos programas sociais onde
90,5% dos pesquisados são contra, ainda para 65% dos entrevistados, o aumento
da oferta de crédito ajudaria a fortalecer o mercado consumidor, temos 82%
favoráveis à redução de impostos sobre salários.
O aumento de impostos
sobre os lucros e ganhos das empresas para 49% dos pesquisados ajudaria o país
e outros 47% acreditam que o ajuste fiscal proposto pelo Governo atinge mais os
trabalhadores.
E quase a totalidade demonstram que a taxa Selic é uma preocupação
nacional, 83% dos trabalhadores acreditam que a redução da taxa de juros
ajudaria o país, para ter acesso a mais detalhes da pesquisa é só acessar o
site da CUT: http://cut.org.br/
Estamos no caminho do termino de 2015, podemos refletir que no apagar
das luzes de 2015 Cunha sai como derrotado moralmente perante a sociedade,
Temer e o PMDB recuam de forma estratégica e Dilma ganha folego diante do aceno
as mudanças que ecoam das ruas como podemos constatar nos atos do dia 16 e do
fiasco dos saudosistas da Ditadura do dia 13.
Podemos perceber após a pesquisa que está bem claro o caminho que a
sociedade exige e espera para 2016, bem diferente da política alinhada ao
mercado e ao discurso conservador ortodoxo liberal, a sociedade em acordo com
movimentos sociais, centrais sindicais exige e espera a retomada do crescimento
com geração de emprego e justa distribuição de renda.
2016 tem tudo para ser
diferente, mas depende única e exclusivamente da ousadia e do compromisso com
as bandeiras e ideais que ajudaram a eleger Dilma, as ruas deixaram bem claro
isso e a pesquisa só vem legitimar o que os movimentos e sindicalistas já dizem
a tempos, por isso 2016 com nenhum direito a menos, por uma nova política econômica e avançando em direitos renda e trabalho.
Um feliz 2016 para todos e todas com muita luta e disposição para construir o País que sonhamos, boas festas.