sexta-feira, 30 de abril de 2010

Por que somos contra o toque de “Recolher”?


Por que somos contra o toque de “Recolher”?




1 – Porque fere o direito de ir e vir das crianças e adolescentes, é INCONSTITUCIONAL
Conforme parecer do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), a limitação de horários ao trânsito de crianças e adolescentes pela cidade fere o art. 5º, inciso XV da Constituição Federal e art. 16º, inciso I do Estatuto da Criança e dos Adolescentes (direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários). O Toque de “Acolher” impede que meninos e meninas estejam nos espaços públicos destinados à convivência e livre circulação criando limites às liberdades desses adolescentes com base numa presunção de que a simples permanência na rua fora de determinado horário supõe uma justificativa a limitação da liberdade.
2 – Porque não reduz a violência
Apesar do que afirmam os defensores do toque de “acolher” não há qualquer pesquisa que aponte a redução da violência a partir da adoção da medida. As “pesquisas” apontadas dizem respeito aos registros policiais que não podem ser indicados como índices de aumento ou redução da violência juvenil. A aparente redução da violência é apenas a redução do número de registros policiais, inclusive porque com o projeto o registro passa a ser administrativo no âmbito do Conselho Tutelar não havendo, portanto, nenhum estudo consistente que sustente a fala dos que dizem que o toque de “acolher” reduz a violência.
3 – Porque resulta em criminalização de meninas e meninos negros e pobres
O toque de “acolher” resultará em mais violência contra os negros e pobres, vítimas do racismo e da discriminação, que serão potencialmente indicados como perigosos e expostos ao discurso da “situação de risco”, através das lamentáveis políticas de recolhimento que, como ressalta o CONANDA, lembram as tristes carrocinhas de menores.
Por meio do argumento de que estão “protegendo” os adolescentes essa iniciativa busca, na verdade, completar o vício escravista de setores da sociedade brasileira que apenas apreenderá meninas e meninos pretos e pobres expondo-os através dessas medidas a um perverso ciclo de violações que terá como grande propósito estigmatizá-lo como criminosos.
4 – Porque o ECA já prevê as formas de atendimento a crianças em situação de risco e/ou de abandono seja durante o dia ou durante a noite
Do art. 98 ao 101 do ECA estão previstas as chamadas, medidas de proteção que devem ser acionadas sempre que, de dia ou de noite, uma criança ou adolescente esteja sendo ameaçada em seus direitos por ação ou omissão do Estado, pais ou responsáveis ou mesmo em razão da própria conduta da criança. Ou seja, já existe lei referente aos casos de crianças em situação de abandono ou ameaça a direitos.
Desta forma, não há sentido privar a liberdade dessas crianças quando o próprio Estatuto já indica o que fazer do ponto de vista pedagógico, psicológico e social sendo descabido falar em lei que busque a privação de liberdade (ainda que temporária) dessas crianças e adolescentes.
5 – Porque o papel da polícia e dos Conselhos Tutelares é educar crianças e adolescentes e garantir os seus direitos não colocá-los em situação de perigo e privação de liberdade
A Constituição Federal veta a penalização de menores de 18 anos todo país. Deste modo, as medidas adotadas em relação a crianças e adolescentes são medidas sócio-educativas, com o objetivo de produzir inclusão social reconhecendo os princípios da proteção integral desses meninos e meninas bem como a sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Deste modo, a utilização da polícia, dos Conselheiros Tutelares ou dos Comissários do Juizado da Infância e da Adolescência na tarefa de punirem as crianças e adolescentes que eventualmente estejam na rua fora do horário previsto é inconstitucional por inúmeros motivos.
Além de confrontar com o art. 228 da CF, pois verdadeiramente se constitui na criação de uma “pena” para esses meninos, representa ainda um desvio de função posto que Conselheiros Tutelares e Policiais (civis ou militares) devem é zelar pela integridade e pela garantia dos direitos de crianças e adolescentes e não tirar-lhes a liberdade sob a anuência do Estado.
6 – Porque interfere no direito da família a decidir sobre a educação dos filhos
Assim como prevê o art. 100, X, do ECA, é da família a prioridade na promoção dos direitos e na proteção dos filhos, sendo ilegal uma interferência tão grande como a que propõe o toque de “acolher”.
Ao estabelecer limites para os horários de chegada e saída das crianças e adolescentes de casa o Estado está interferindo na forma com que pais e filhos se relacionam e que constroem os seus limites. Não pode o poder público determinar qual a modalidade que os pais adotarão para educação dos seus filhos só podendo o estado intervir nessa relação quando houve uma evidente ameaça a direitos dessa criança. Ora, ir, vir e permanecer em espaço público não é ameaça a qualquer direito de crianças e adolescentes, pelo contrário é o próprio exercício do direito de locomoção que passa a ser cerceado pelo Estado que tem o dever de garanti-lo
Na hipótese em que a criança ou adolescente esteja em situação de abandono (durante o dia ou a noite) as medidas a serem adotadas são as previstas no ECA como medidas de proteção não sendo cabível falar em privação de liberdade por conta desta condição de abandono.
7 – Porque fere a convivência entre crianças e adolescentes e cria clima de terror no meio da sociedade
A interação social, a utilização do espaço público e a convivência comunitária são fundamentais para a garantia do pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes. O toque de “acolher” vai de encontro a essa orientação criando um clima de terror entre os próprios adolescentes e em toda a sociedade disseminando o medo e impedindo a saudável prática da convivência social e da exploração criativa e solidária do espaço público.
As brincadeiras nas ruas, as amizades, o namoro, as práticas esportivas, e mesmo o estudo noturno tudo é ameaçado posto que com a adoção da medida cria-se um clima de terror em que todo o jovem (mesmo os que forem maiores de 18 anos) passa a ser visto como um suspeito em potencial quando sai de casa a partir de determinado horário da noite.
8 – Porque cria estereótipos e aumenta a violência institucional
Esse clima do toque de “acolher”, além de ilegal, resulta em terror social que autoriza implicitamente as autoridades policiais e demais agentes da repressão formal do estado a agirem violentamente sob o argumento que estão a cumprir determinação legal.
Relatos dão conta que, em cidades que por meio de portaria judicial adotaram o sistema, as crianças e adolescentes sentem verdadeiro pavor sempre que um conselheiro tutelar ou viatura policial passam por perto deles, posto que, a conseqüência dessas medidas é espalhar o medo e disseminar um discurso estigmatizador que resulta em mais violência institucional e em risco para a própria integridade desses jovens.
9 – Porque confunde proteção integral com repressão penal o que conflita com o Estatuto da Criança e do Adolescente
O que prevê o ECA é que toda criança e adolescente é um sujeito de direito, portador de uma absoluta prioridade no atendimento do Estado, da família e da sociedade e que deve portanto ser protegido por meio de um forte aparato estatal e social capaz de ampará-lo e promover seu desenvolvimento.
Pelo contrário, o toque de “acolher” consiste em uma punição dos que estiverem nas ruas fora do horário determinado e não na garantia da segurança dos jovens como é necessário segundo o ECA, através de medida de proteção (quando trata-se de caso de abandono) ou de medida socioeducativa (em caso de ato infracional) tudo conforme a atual determinação legal. Não há nada de novo a ser proposto, apenas, que se cumpra aquilo que já diz a lei.
10 – Porque responsabiliza as crianças e adolescentes pela violência nas cidades
Por fim, o projeto responsabiliza os adolescentes e crianças pelo aumento da violência na sociedade. Contudo, todas as pesquisas apontam que não são os adolescentes os maiores responsáveis pelo avanço da violência nas cidades, mas, pelo contrário que eles são em verdade as grandes vítimas de todo esse processo e que é a não garantia dos direitos que marca a vida da maioria daqueles que praticam atos infracionais.

Por cidadania e participação!
NÃO AO TOQUE DE “ACOLHER”.
Feira de Santana – BA, abril de 2010.
Assembléia Popular; Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens; Conselho de Entidades de Base – UEFS (Diretórios Acadêmicos e Diretório Central dos Estudantes); Consulta Popular; Grupo Direito em Questão – Direito / UEFS; Movimento de Mulheres em Defesa da Cidadania (MONDEC); Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Movimento Negro Unificado (MNU); Núcleo de Estudantes Negras e Negros da UEFS e Pastoral da Juventude (PJ).

terça-feira, 27 de abril de 2010

Parabéns Bancada

Gostaria de parabenizar a todos e todas que participaram do 58º CONEG da UNE no Rio de Janeiro, tivemos uma participação destacada em todos os sentidos, vejo que valeu a pena passar nas salas de aula, fazer o debate com os estudantes, gastar horas e mais horas no telefone e no MSN tentando convencer aqueles que não tinham tanta certeza de ir, hoje vejo que nosso saldo é positivo, aprovamos o chamado Projeto Brasil que vai servir de norte para nos posicionarmos como entidade frente às candidaturas postas no cenário nacional, e a partir de agora é avançar nas organizações estudantis como os centros acadêmicos e diretórios centrais, estou sempre à disposição de todos para tirar qualquer dúvida além de auxiliar na organização dos estudantes, saímos daqui como pessoas desconhecidas e voltamos como grande amigos e para alguns algo mais além da amizade foi possível, está de parabéns pessoal de Atibaia, a grande bancada que inclusive deu volume ao nosso grupo representada por Tiago vulgo 'Sagatiba', Ribeirão Preto e galera de São Carlos, só precisamos agora marcar outra rodada de Pim Pam Pum com toda galera com muito vinho, wisk e tudo mais que tiver direito, um grande abraço a todos e todas, valeu pelos grande momentos, saudações estudantis e até a próxima.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

58º CONEG da UNE

Depois de quase um mês de debates passando em salas para divulgar 58º Coneg, vamos sair de Ribeirão hoje a partir das 21:00 em frente à Câmara Municipal com os delegados e delegadas das principais faculdades de nossa cidade para que juntos possamos debater e aprovar um projeto para o nosso País que sirva de norte para os candidatos e candidatas a Presidência, nós queremos ser protagonistas deste projeto que envolva todos os setores sociais de nossa sociedade e avance rumo a um novo projeto de desenvolvimento nacional, esse é nosso lema ao 58º Coneg da UNE na cidade do Rio de Janeiro, avancemos nesta caminhada que passa por Ribeirão, abaixo segue alguns informes sobre o Coneg.

58º CONEG da UNE: debate e arte
Paralelamente ao 58º CONEG da UNE acontece a 2ª Bienal de Cultura da UEE-RJ, com shows de Diego Nogueira, Black Alien e Marcelo D2. Diversos artistas e manifestações artísticas marcarão o evento, em que será lançada a VII Bienal de Cultura da UNE.


A juventude toma a conta da Praça dos Arcos da Lapa nesta sexta e sábado, durante a 2ª Bienal União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ). Confira a programação e participe!

Sexta-feira, 23
18h 30 - Abertura: 2ª Bienal de Cultura da UEE-RJ grafite c/ Arteefeito
Sete por Meia Dúzia

19h 30 – Destemido Walace

20h 30 – Na Sala do Sino

22h0 - Manacá

23h – Lançamento da VII Bienal de Cultura da UNE
1h - Udi e a Geral

2h 30 – Machintal

3h 30min -Imperial Sound System

5h – DJ Natan

6h30min - Mauricio Lage

Sábado, 24

17h – Debate: “Juventude e Diversidade”
Igor Bruno
MC Leonardo
DJ Saddam

19h – 7º Opalão Freestyle Contest e também:
MC Marechal
DJ Juan
DJ Pachú
Marcelinho M.G.

21h – Black Alien

23h - Rimarx

0h30min – Marcelo D2

2h30min – Playmobille

4h 00 – Banda Columbia Cofee
Cretina Los Tchachos

5h30min - DJ Fabiano Sales

6h30min - DJ Jeff



Tem teatro, artes visuais e curtas nos intervalos!

2ª Bienal de Cultura da UEE-RJ
Data: 24 e 25 de abril de 2010
Local: Praça dos Arcos da Lapa - RJ

Fonte: UEE-RJ e diretoria de Cultura da UNE.
58º CONEG da UNE: debates esquentarão os ânimos
Durante os quatro dias de programação do 58º CONEG da UNE, os estudantes estarão reunidos em 19 conferências e mesas de debate temáticas em torno da educação, desenvolvimento econômico e social, cultura, esporte, saúde, comunicação e meio-ambiente. As discussões nortearão e vão subsidiar a elaboração das reivindicações do movimento estudantil, dando origem ao documento intitulado “Projeto UNE pelo Brasil”.

Confira alguns nomes que já confirmaram presença. Em breve veja a programação completa!

Mesa: Um projeto de desenvolvimento popular, democrático e soberano para o Brasil
Emir Sader - pesquisador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ

Mesa: Reforma política, democracia e protagonismo popular
José Eduardo Dutra – presidente do PT

Mesa: Juventude, educação e trabalho
Danilo Moreira - presidente do CONJUVE

Vai haver também representantes dos Ministérios da Educação, Esportes, Secretaria especial de Políticas para as Mulheres, entre outros, além de reitores e dirigentes de universidades.


Como funciona o CONEG DA UNE
O Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) é uma instância deliberativa da UNE. Possuem direito a voz e voto as entidades representativas dos estudantes no âmbito das Instituições de Ensino Superior (DCEs), no âmbito municipal, estadual ou do Distrito Federal (UEEs e entidades municipais), e, também, as Executivas e Federações Nacionais de Curso. Cada entidade indica o seu representante/delegado, que será o estudante com direito a voz e voto durante todo o encontro.


58º. CONEG da UNE
Data: A partir de 22/04/10
End.: Bloco A do Centro de Tecnologia da UFRJ
CT da UFRJ /Ilha do Fundão
Av. Athos da Silveira Ramos 149 - Bloco A - 2º andar
Confira no mapa

Plenária Final do 58º CONEG da UNE
Data: 25/04/10
Local: Praia do Flamengo, 132.

58º CONEG da UNE: programação
Programação do 58º CONEG
Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE
Centro de Tecnologia – UFRJ/Fundão Rio de Janeiro
22 a 25 de abril de 2010

Quinta, 22 de abril – 10:00 h
Mesa 1 – Por uma nova lei do petróleo no Brasil: 50% do fundo social do pré-sal para a educação

• Augusto Chagas – Presidente da União Nacional dos Estudantes - UNE
• Fernando Leite Siqueira – Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás - AEPET
• Alan Kardec Martins Barbiero – Presidente da Associação dos Dirigentes de Instituições de Ensino Superior - ANDIFES
• Mauricio Fabião – Coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
• Abílio Tozini – Diretor da Federação Única dos Petroleiros - FUP
• Waldyr Gallo – Assessor da Diretoria Geral da Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
• Yann Evannovick – Presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES
• Elizangela Lizardo – Presidente da Associação Nacional dos Pós Graduandos - ANPG
• José Carlos Padilha – Diretor Executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino - CONTEE

Quinta, 22 de abril – 14:00 h
Mesa 2 – Financiamento e expansão da rede pública de ensino superior
• Paulo Rubem Santiago - Deputado Federal PDT/PE
• Gustavo Henrique de Sousa Balduino - Secretário Executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES
• Hamilton Garcia – Professor e pesquisador do LESCE/UENF
• Fernando Amorim – Professor e pesquisador da COPPE/UFRJ
• Maria Paula Dallari Bucci – Secretária de Ensino Superior Ministério da Educação - MEC

Mesa 3 – A Universidade estratégica e a integração regional
• Dilvo Ristoff - Reitor Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
• Norma Cooper – Adida Cultural da Embaixada do Haiti no Brasil
• Fernando Sosa – Associação de Universidades Grupo Montevidéo
• Dep. José Paulo Toffano – Deputado Federal PV/SP e Presidente do Parlasul

Mesa 4 - Extensão, mobilidade acadêmica, interdisciplinaridade e inovações curriculares
• Plínio Táboas – Pró-reitor de extensão da Universidade Federal do ABC - UFABC
• Laura Tavares – Pró-reitora de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
• José Weber Freire Macedo – Reitor da Universidade do Vale do São Francisco - UNIVASF
• Coronel Victorio – Coordenação do Projeto Rondon
• Frederico Arruda – Pró-reitor de Extensão da Universidade Federal do Amazonas - UFAM

Mesa 5 – Gestão democrática e participação
• Roberto Guido – Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - APEOESP
• Ana Maria Ribeiro – Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras - Fasubra
• José Carlos Padilha – Diretor Executivo da Confederação Nacional dos trabalhadores em estabelecimentos de ensino - CONTEE

Mesa 6 – Democratização do acesso, assistência estudantil, ações afirmativas e cotas raciais
• Frei David de Santos – Fundador da Educafro
• Joaquim José Soares Neto – Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP
• Yann Evanovick – Presidente da União Brasileira dos Estudantes - UBES
• Belkis Valdman – Pró-Reitora de Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
• Rosana Cristina Parente – Pró - Reitora de Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Amazonas - UFAM

Quinta, 22 de abril – 17:00 h
Mesa 7 – Mais mulheres na política e mais políticas para mulheres
• Elisabeth Pereira– Diretora de Programa da Secretaria de Articulação Institucional e Ações Temáticas do Ministério de Políticas para Mulheres
• Louise Caroline – Secretária de Políticas para Mulheres da Prefeitura de Caruaru-PE
• Camila Marcarini - Marcha Mundial de Mulheres - MMM
• Helena Piragibe – União Brasileira de Mulheres - UBM

GDs – Frentes de luta, áreas de interesse

Sexta, 23 de abril – 10:00 h
Mesa 8 – Por uma política democrática de comunicação para o Brasil
• Altamiro Borges – Jornalista Portal Vermelho
• Renato Rovai – Jornalista Revista Fórum
• Regina Lima – Presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas Educativas e Culturais
• Tereza Cruvinel – Presidente da Empresa Brasileira de Comunicação – EBC

Sexta, 23 de abril – 14:00 h
Mesa 9 – Regulamentação do ensino privado
• Aparecida Tiradentes - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino - CONTEE
• Julio César da Silva – Reitor da UNIG e Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior - ABMES

Mesa 10 – Política cultural para um projeto de país
• Célio Turino – Idealizador do Programa Cultura Viva
• Afonso Luz – Diretor de monitoramento em políticas culturais do Ministro da Cultura
• Ana Luisa Soares da Silva – Secretária de Cultura da cidade do Rio de Janeiro
• Teatro Mágico

Mesa 11 – Ciência, tecnologia e inovação para um Brasil soberano
• João Torres de Mello Neto – Secretário adjunto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC/RJ
• Elizangela Lizardo – Presidente da Associação Nacional dos Pós Graduandos - ANPG

Mesa 12 – Avanços para o sistema único de saúde
• Pablo Vasquez Queimadelos – Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro

Mesa 13 – A década do esporte: o legado dos macro eventos esportivos no Brasil / Conferência Livre a CNE
• Sérgio Ferreira Tavares – Coordenador técnico das Vilas Olímpicas

Mesa 14 – Sustentabilidade ambiental e gestão de recursos Naturais no Brasil
• João Capiberibe – Ex-senador da República
• Emanuel Cansella –Coordenador Geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro – SindPetro/RJ
• Robson Leite – Presidência da Petrobrás Biodiesel

Sábado, 24 de abril – 10:00 h
Mesa 15 – Um projeto nacional de desenvolvimento popular, democrático e soberano para o Brasil
• Emir Sader – Pesquisador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ
• Pedro Paulo Vieira de Carvalho – Intersindical
• Sônia Coelho – Marcha Mundial de Mulheres
• Wagner Gomes – Presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB

Sábado, 24 de abril – 14:00 h
Mesa 16 – Reforma política, democracia e protagonismo popular
• José Eduardo Dutra - Presidente do Partido dos Trabalhadores - PT

Mesa 17 – Reforma agrária e reforma urbana
• Antonio Neto – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST
• Bismarque Sousa – Movimento Nacional de Luta Pela Moradia - MNLM
• Bartiria Lima da Costa – Presidente da Confederação Nacional das Associocoes de Moradores - CONAM

Mesa 18 – Política de segurança pública
• Rubens Roberto Rebello Casara – Conselheiro da Associação dos Juízes pela Democracia
• Orlando Zacconni - Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro
• João Cláudio – Federação das Associações de Moradores de Favelas do Rio de Janeiro – FAFERJ
• Cláudio Pereira de Souza Neto – Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Mesa 19 – Juventude, educação e trabalho
• Danilo Moreira – Conselho Nacional de Juventude - CNJ
• Jorge Abrahão – Diretor de Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA

Domingo, 25 de abril – 10:00 h

Plenária Final
Local: Terreno da UNE na Praia do Flamengo-132

58º. CONEG da UNE
Data: A partir de 22/04/10
End.: Bloco A do Centro de Tecnologia da UFRJ
CT da UFRJ /Ilha do Fundão
Av. Athos da Silveira Ramos 149 - Bloco A - 2º andar
Confira no mapa

Plenária Final do 58º CONEG da UNE
Data: 25/04/10
Local: Praia do Flamengo, 132.

58º CONEG terá Loja da UNE
Com o objetivo de difundir sua marca, a União Nacional dos Estudantes (UNE), lançará uma série de produtos no 58º CONEG da UNE, de 22 a 25 de abril, no Rio de Janeiro, como squeezes (garrafinhas de água), camisetas, canetas, chaveiros, bonés, entre outros artigos. Eles serão disponibilizados na loja da UNE, que estreia no evento.
A ideia é que os estudantes possam ter acesso à marca da UNE e divulgá-la entre a rede social do movimento estudantil.
A loja funcionará das 9h às 19h de quinta a sábado (22 a 24), no hall principal do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, na Cidade Universitária. No domingo, a loja funcionará no terreno da UNE, na Praia do Flamengo, 132.
Futuramente a Loja da UNE terá sua versão virtual na página da entidade.

Loja da UNE

Quinta a sábado: das 9 às 19h no CT da UERJ

Domingo: Praia do Flamengo, 132

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vote consciente! Escolha o seu lado - Esquerda ou Direita?

Vote consciente! Escolha o seu lado - Esquerda ou Direita?

Esquerda e Direita

Emir Sader

Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.

Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.

Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.
Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.
Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.

Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.

Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.
Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.
Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.

Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.

Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.
Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.

Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.

Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.
Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.

Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.

Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.
Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.
Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.

Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinião pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.

Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.
Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.
Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.

Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.

Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.
Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.

Por Emir Sader.

ÉTICA NA POLITICA E O ESTADO BRASILEIRO























A esperança e o preconceito: as três batalhas de 2010

Achei muito interessante este artigo sobre esta batalha que teremos em 2010, gostaria de compartilhar com oa amigos..

A esperança e o preconceito: as três batalhas de 2010
A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam. Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de "choque de gestão" e de esvaziamento do papel do estado. Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.
Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como "pós-Lula". A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais. Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada. Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura. Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira. Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas ("Obama ignora Lula..."), numa prova não de telepatia, mas de antipatia. Um editorial ("O Globo", 14/4) chegou a dizer que "Lula isola Brasil na questão nuclear". Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã. Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais. A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa). A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de "jornalismo linha dura".No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades. Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas. O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de "é agora ou nunca" da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.Dilma é "acusada" de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista. Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual. A oposição cometeu o ato falho de declarar que "o país não tem dono", mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.Arlete Sampaio

domingo, 11 de abril de 2010

Por que somos (ANPUH) favoráveis à regulamentação da profissão de historiador?

Segue abaixo texto da ANPUH interessante não só aos Professores de História e pesquisadores, mas creio para toda sociedade que entende que essa profissão regulamentada colabora para valorização e qualificação deste profissional indispensável para o futuro do nosso País.

Por que somos (ANPUH) favoráveis à regulamentação da profissão de historiador?

No último dia 10 de março foi aprovado em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal o projeto de lei n. 368/2009 de autoria do Senador Paulo Paim que regulamenta a profissão de historiador. O projeto segue agora para a Câmara Federal onde deverá ser analisado.
No processo de mobilização para a votação desta proposta surgiram algumas vozes discordantes em relação à regulamentação da profissão. Respeitamos profundamente a opinião de todos aqueles que adotaram tal posição. Uma democracia é feita através da manifestação livre de todas as ideias, do debate público e qualificado de todas as posições, por isso apresentamos a seguir o ponto de vista que pautou a atuação da atual diretoria da ANPUH – Associação Nacional de História quando do processo de votação dessa matéria e que pautará sua atuação agora que o projeto tramitará na Câmara dos Deputados.
O que significa regulamentar? Significa definir legalmente os contornos do exercício profissional, significa fixar requisitos para que esse exercício se faça, significa precisar as competências e as habilidades que o profissional deve ter para exercer uma dada profissão, ou seja, regulamentar significa dar estatuto legal a uma profissão, significa o Estado reconhecer a sua existência e, portanto, significa dar uma identidade jurídica e pública ao exercício de uma dada profissão. Regulamentar, em síntese, significa passar a existir de fato e de direito como profissional.
Para a ANPUH a regulamentação da profissão de historiador significa, portanto, o reconhecimento social e jurídico do historiador como um profissional, a quem passa-se a atribuir dados direitos e dadas obrigações perante a sociedade. Para nós, o Estado brasileiro milita em uma contradição ao não reconhecer a profissão de historiador e, ao mesmo tempo, regular, reconhecer e avaliar cursos universitários que formam profissionais nesta área. Se o Estado reconhece que para ser historiador é preciso ter uma dada qualificação, que deve-se exigir determinadas habilidades e competências definidas nos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos de História por ele aprovados, deve reconhecer também que nem todo mundo pode ser historiador e, portanto, é preciso que uma lei defina os contornos de nossa profissão. O mesmo raciocínio se aplica àqueles que são habilitados por diplomas de cursos superiores para atuarem na área de História e àqueles que estão nos bancos escolares das instituições de ensino superior cursando História: como podem ser contrários ao reconhecimento legal daquilo que fazem, como podem ser contrários que se definam limites para o exercício profissional, como podem ser contrários a que o Estado reconheça sua existência como profissional com uma qualificação específica que lhe confere a competência para o exercício de dadas atividades? A ANPUH é favorável à regulamentação e, não poderia ser diferente, porque quer que os profissionais que representa tenham existência jurídica, sejam reconhecidos pelo Estado e pela sociedade brasileira.
A Constituição Federal em seu artigo quinto, inciso décimo terceiro, define que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendida à qualificação profissional que a lei estabelecer. A lei que regulamenta a profissão de historiador nada mais faz do que cumprir o mandato constitucional definindo que qualificação deve ter aquele que exerce esta atividade: a exigência de diploma de curso superior em História, ou diploma de Mestrado e Doutorado em História. Este mesmo artigo da Constituição Federal prevê que no interesse da sociedade pode-se criar restrições a esta ampla liberdade de exercício profissional, quando ela possa causar sérios danos à sociedade. Entendemos que o exercício do ensino e da pesquisa em história feito por profissionais não habilitados causa sério dano à sociedade, à medida que não se tem um ensino e uma pesquisa de qualidade, feitas com as necessárias competências e com os necessários conhecimentos teóricos e práticos.
O movimento em torno da regulamentação das profissões remonta ao imediato pós-Segunda Guerra Mundial, como resposta às crescentes demandas dos trabalhadores pelo reconhecimento de seus direitos. Ele é contemporâneo e está relacionado à criação da Organização Internacional do Trabalho, do estabelecimento das primeiras convenções da OIT, da emergência dos Estados de Bem-Estar Social. No Brasil, foi neste contexto que as primeiras profissões foram regulamentadas. Tendo como exceção a profissão de leiloeiro que foi regulamentada ainda em 1932, a maioria das profissões consideradas de maior prestígio social foi regulamentada ente as décadas de 1940 e 1960: contabilista (1946), economista (1951), químico (1956) médico (1957), geólogo (1962), psicólogo (1962), estatístico (1965), farmacêutico (1966) , engenheiro, arquiteto e agrônomo (1966), jornalista (1969), entre outras. Ao contrário, portanto, do que alguns afirmam, a regulamentação profissional não é um tema do discurso ou da “ideologia neoliberal”. O neoliberalismo, pelo contrário, vem sendo responsável pela crescente resistência por parte do Congresso Nacional e por parte do Judiciário brasileiro em regulamentar as profissões. O episódio recente da desregulamentação da profissão de jornalista por parte do Supremo Tribunal Federal a pedido dos grandes grupos econômicos que dominam os meios de comunicação do país é exemplar da prevalência desta forma de pensamento em setores das elites brasileiras. Um dos princípios fundamentais do neoliberalismo é, justamente, o da flexibilização e da desregulamentação profissional, levando a uma precarização do trabalho e à possibilidade do pagamento de salários mais baixos a profissionais ditos flexíveis ou despreparados.
Por isso, a ANPUH é favorável à regulamentação profissional. Ela vai na contramão da vaga neoliberal que aposta na precarização jurídica das profissões visando a aviltar as condições de trabalho e de exercício profissional, permitindo a maximização dos lucros das empresas que contratam estes profissionais. Quem conhece a realidade das empresas de educação, do ensino privado e mesmo do ensino público, em dadas áreas do país, sabe que a regulamentação de nossa profissão é não só uma necessidade premente, como sabe que danos esta não regulamentação causa aos nossos profissionais. Não é mera coincidência que a bancada ligada ao ensino privado no Congresso Nacional seja reativa a qualquer iniciativa que vise a regulamentar profissões como a nossa. Como o próprio projeto aprovado no Senado reconhece, sem a regulamentação fica-se sujeito a que pessoas não qualificadas tecnicamente ou não habilitadas para o exercício profissional do ensino, da pesquisa, da assessoria, do planejamento e da gestão na área da História possam ser contratadas para exercer estas atividades mediante uma remuneração aviltada em seus valores.
A luta pela regulamentação da profissão de historiador já se arrasta por quarenta e dois anos, desde 1968 (no site da ANPUH está disponível um dossiê que historia todo este tortuoso processo). Nove projetos neste sentido já foram apresentados à Câmara dos Deputados. E há quem diga que não ocorreu ainda o necessário debate, que adotamos uma posição pragmática e de afogadilho. Cremos que as instituições, notadamente aquelas que agrupam historiadores ou futuros historiadores, devem possuir memória. Não se pode a cada nova diretoria eleita começar-se o debate sobre dadas questões como se não houvesse toda uma história de lutas anteriores. Sabemos que as posições podem ser modificadas mediante novas conjunturas, mas mesmo nesse caso deve-se levar em conta a trajetória anterior da instituição. No âmbito da ANPUH há toda uma história de debates em torno da regulamentação profissional. Diretorias anteriores participaram ativamente do debate e da elaboração de propostas neste sentido. Em nenhuma instância oficial da entidade foi votada e aprovada posição contrária à regulamentação, portanto, cabia a esta diretoria, quando surgiu a iniciativa vinda do Senado, se empenhar para sua aprovação. Mediante carta aberta a toda a comunidade de historiadores, a Associação deixou clara qual seria sua estratégia, ou seja, a de não propor qualquer modificação no texto neste momento. Fazer política requer perceber os momentos favoráveis, definir estratégias viáveis, sob pena de nunca se conseguir o que se quer. Avaliamos que o contexto era favorável, mas por estarmos num ano eleitoral, se a votação não ocorresse este semestre não seria feita este ano e sendo o final de uma legislatura, o projeto não sendo aprovado em 2010, seria arquivado, tal como manda o Regimento Interno do Senado. Esta é a situação do projeto que tramita atualmente na Câmara dos Deputados. Ele caminha para ser arquivado ao final do ano com o fim da legislatura sem que sequer tenha recebido um parecer favorável ou contrário dos sete relatores que já foram para ele designados. Ter um projeto aprovado no Senado era estrategicamente fundamental, pois, agora, ele não pode mais ser arquivado ao final das legislaturas. A Câmara terá que obrigatoriamente analisá-lo, se posicionando contra ou a favor. Podemos agora prosseguir o debate em torno de um projeto já aprovado para aperfeiçoá-lo. Uma circular neste sentido foi enviada a todas as nossas Seções Regionais, solicitando que a regulamentação seja tema de discussão e deliberação nos Encontros Estaduais da ANPUH, que ocorrerão este ano, onde todas as posições poderão ser colocadas.
Consideramos que a regulamentação da profissão de historiador é uma questão de justiça e de equidade de direitos, já que outras profissões da mesma natureza que a nossa já foram regulamentadas, algumas das quais mantendo clara interface com as atividades que exercemos, como por exemplo, as profissões de geógrafo, de sociólogo, de museólogo e de arquivista. Somos uma das áreas de formação profissional mais antiga do país e com uma importância social indiscutível, já que exercemos nossa atividade no âmbito da educação, da cultura, da memória, do patrimônio histórico e artístico que são áreas de interesse social prioritário. O Congresso Nacional aprovou recentemente a regulamentação de profissões como de enólogo (2007), garimpeiro (2008,) oceanógrafo (2008), bombeiro civil (2009), moto taxista e moto boy (2009) e turismólogo (2010), o que reforça a nossa reivindicação em torno do reconhecimento profissional de uma categoria das mais numerosas do país.
O projeto aprovado tem o mérito, a nosso ver, de ser singelo e, ao mesmo tempo, de garantir a maioria das nossas históricas reivindicações. Somos de opinião de que um projeto de lei quanto mais detalhado, buscando a situação ideal e prevendo todas as situações particulares possíveis de ocorrer, favorece aqueles que são contrários à regulamentação no Congresso Nacional, pois quanto mais detalhado é um projeto mais ele abre margem para ser contestado. Às vezes um pequeno dispositivo pode favorecer a contestação e a derrubada do projeto. Cremos que a concisão e a objetividade são um dos méritos da proposta aprovada. Ao mesmo tempo ele garante reivindicações históricas nossas como: o reconhecimento de que o historiador é tanto o bacharel quanto o licenciado em história; reconhece como atribuições do historiador não só a pesquisa e o ensino de história, mas o planejamento, a organização, a implantação e a direção de eventos ou exposições que envolvam temas históricos; a assessoria na avaliação e seleção de documentos para fins de preservação; a emissão de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos e que os estabelecimentos que prestam serviços na área de História deverão manter em seus quadros profissionais habilitados nesta área. Há manifestações de apreensão quanto aos desdobramentos burocráticos e de controle que a regulamentação implica. É sabido que a institucionalização da profissão conduz ao reconhecimento profissional, significa existirmos enquanto profissão, podendo, por exemplo, ser realizados concursos específicos para provimento do cargo de historiador em instituições públicas e privadas, o que não pode ocorrer enquanto não tivermos a profissão regulamentada. O projeto aprovado reserva o provimento de cargos, funções ou empregos de historiador aos portadores de Diplomas de graduação, mestrado ou doutorado em história. Isso implica o necessário registro profissional que, no projeto aprovado no Senado Federal, deverá ser feito junto às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego do local onde o profissional irá atuar, ou seja, a única burocracia que a regulamentação profissional trará será a de ter o historiador que comparecer, após o término da graduação ou do curso de pós-graduação que o habilita como profissional de história, munido do diploma, à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e registrar-se como profissional. O projeto não prevê e nem a ANPUH pensa em reivindicar a criação de Conselhos Nacional e Regionais para fiscalizar o exercício da profissão, muito menos a realização de uma prova como a exigida pela OAB para a concessão do registro profissional. A ANPUH não pretende tornar-se órgão de fiscalização profissional e sim continuar sendo entidade de representação profissional. Os profissionais de História, atuando no ensino ou na pesquisa, já são submetidos a constantes processos de avaliação de suas habilidades e competências. Para a entrada no serviço público, seja em que nível for, são submetidos a concursos públicos e seu desempenho é acompanhado pelas diferentes modalidades e formas de avaliação do ensino e da pesquisa instituídas pelos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. Mesmo atuando na iniciativa privada, o profissional de história já está sujeito a periódicas avaliações, o que torna sem qualquer sentido a criação de instâncias de controle do desempenho. Os problemas éticos e jurídicos que podem envolver a atuação dos profissionais de história quando não já estão previstos na legislação, podem ser objeto de um código de ética específico, em debate atualmente no âmbito da ANPUH, sem que para isso seja necessária a criação de um aparato burocrático específico.
A luta pela regulamentação da profissão significa, portanto, para a ANPUH, a luta pelo reconhecimento profissional, a luta pela cidadania plena dos historiadores, a luta pela dignidade no exercício da profissão, o que não está em desacordo com a solidariedade necessária à luta de todos os trabalhadores pela dignidade do próprio trabalho e por seus direitos, mas, pelo contrário, é um capítulo desta luta, à medida que combate a precarização do trabalho, a desregulamentação das profissões, que só pode aparecer como um paraíso cor-de-rosa àqueles que defendem posições românticas e desligadas de uma análise mais atenta da realidade, já que não existe ordem social desinstitucionalizada ou possibilidade de se estar completamente fora do ordenamento social. O que não está institucionalizado, o que não está instituído nem por isso deixa de estar submetido ao ordenamento social, só que quase sempre de forma subalterna. Não estar regulamentado profissionalmente nada tem que ver com liberdade do trabalho, - a não ser com a liberdade do liberalismo que sabemos a quem serve -, mas quase sempre com uma subordinação e uma subalternidade ainda maior. Não somos contrários ao reconhecimento como historiadores, inclusive por parte da lei, com a proposição de uma emenda ao projeto aprovado no Senado, quando da tramitação na Câmara, daqueles profissionais com outras formações que militam há certo tempo, a ser definido em nossas discussões, no campo da história ou que possuem notório saber, adquirido através de uma prática durante anos, em nossa área do conhecimento. Mas somos contrários a que qualquer pessoa, sem a menor qualificação profissional, possa se dizer historiador e ocupar cargos, funções e empregos que devem ser reservados aos profissionais habilitados nesta área. Somos favoráveis à regulamentação da profissão porque valorizamos o trabalho que fazemos, porque sabemos todo o esforço que empreendemos para formar profissionais nesta área, porque como profissionais em atividade sabemos quão árdua foi toda a preparação que tivemos que fazer para exercer o nosso ofício com competência e com conhecimento de causa. Ser contrário à regulamentação é afirmar publicamente, para toda a sociedade, que nossa formação é dispensável, que os cursos que fizemos são desnecessários, que as habilidades e competências que tivemos que desenvolver mediante horas de estudo, de dedicação e de trabalho podem ser acessíveis a qualquer amador que se arvorar a freqüentar os arquivos e se dispor a ministrar aulas de história.

sábado, 3 de abril de 2010

Debate 58° Coneg

No último dia 17 de Março de 2010 foi realizado uma atividade com filme e debate no Centro Universitário Barão de Mauá com a turma do 1° semestre de Jornalismo, o debate foi realizado com O Vice Regional UEE Fábio Sardinha e intermediado pela professora Raquel Tardelli,onde a turma fez uma mesa redonda como se fosse um programa de entrevistas e depois cada aluno faria uma matéria sobre o movimento estudantil levando em conta a entrevista como também outras fontes de pesquisa.
Assistimos um vídeo da última gestão da UNE que contempla as principais atividades da entidade como a ocupação da Praia do Flamengo com a retomada da sede, a Caravana da Saúde e o último congresso, foi abordado à importância da entidade como organização de luta por mais direitos para os estudantes e como sua origem de lutas faz parte da história política de nosso País.
A importância da participação do 8° Coneg que vai ser realizado no Rio de Janeiro também foi outro assunto abordado onde vai ser discutido o chamado Projeto Brasil que através dos espaços de debates que o Coneg proporciona vamos ouvir e debater construindo este projeto para nos posicionarmos frente às candidaturas nessas eleições.
Muitas perguntas foram feitas, como também foi à oportunidade de quebrar velhos chavões e preconceitos sobre a juventude, a turma aprovou o debate e mais uma vez a entidade cumpre seu papel dialogando com os estudantes e colaborando para organização do movimento estudantil para avanços na educação.








Abertas as inscrições para as oficinas culturais 2010 Orùnmilá

Estão abertas as inscrições para as oficinas culturais 2010 Orùnmilá (Ponto de Cultura Ilé Edé Dùdú):

CAPOEIRA - Contramestre RASTA
Turma 1 (crianças - 7 aos 13 anos): 3ª Feira e 5ª Feira, 19h às 20h
Turma 2 (jovens e adultos – acima de 14 anos): 3ª Feira e 5ª Feira , 20h às 21h30


PERCUSSÃO - Mestre RUDAH FELIPE
Turma única (a partir de 7 anos de idade) – Sábado, 15h


DANÇA AFRO – Profas. Ana Paula e Renata Ribeiro
Turma única (sem limite de idade) : Sábado , 17h às 18h


SAMBA-ROCK - prof. Malcolm
Turma única (a partir de 8 anos): Sábado, 18h às 19h


Hip Hop - discotecagem, break, grafite, ritmo e poesia
MC Robson, DJ Bolinha e B-boy Chapolin
Turma única (a partir de 8 anos): 2ª feira e 6ª feira, 19h às 21h


Local: Centro Cultural Orùnmilá
(Rua Orùnmilá, 100, esquina com a Rua Rafael Defina, 43, Tanquinho)

Início da Aulas: MAIO / 2010

Maiores informações:

Sítio eletrônico: www.orunmila.org.br Fone:
(Você pode se inscrever também pela internet, no síte do Orùnmilá ou preenchendo a ficha (anexo), que pode ser enviada por e-mail)
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“Lutar pra nós é um destino.É uma ponte entre a descrença E a certeza de um mundo novo.Do povo buscamos a força”.(Poema de Agostinho Neto)