quinta-feira, 19 de março de 2015

Cambalacho da Educação Paulista

No Brasil, o direito de greve é assegurado pela Constituição Federal em seu artigo 9º, e regulado pela Lei n° 7783/89, que garante, entre outras coisas, que os trabalhadores continuem recebendo seus salários e não tenham seus contratos de trabalho rompidos durante o período de paralisação.
As primeiras greves no Brasil datam do final do século 19, e não podemos deixar de registrar que todas as principais conquistas da classe trabalhadora, como o descanso semanal remunerado, a jornada de trabalho limitada de oito horas e o impedimento do trabalho do menor foram obtidas por meio de greves.
E com muita organização e pela falta de diálogo com o Governador Geraldo Alkmin – PSDB que os professores do Estado de São Paulo deflagraram greve nesse último dia 13 de Março em Assembleia, e vale ressaltar aqui que nossa luta não é apenas por salário, mas principalmente por condições de trabalho e emprego
Neste ano, tivemos fechadas mais de 3.390 classes (levantamento parcial em 73 regiões) e superlotou salas de aula com até 60 alunos (ensino regular) e até 91 alunos (Educação de Jovens e Adultos). Tivemos corte de verbas das escolas, ocasionando falta de produtos básicos como papel higiênico.
Reduziu o número de coordenadores pedagógicos, tivemos a demissão de milhares de professores categoria O, além de escolas onde os banheiros não podem ser usados por falta d´água. Nosso salário é o mais baixo com formação de nível superior de quem trabalha no Estado, nossos salário está 75,33%, defasado com relação à média do Estado para quem tem curso superior.
E ai invés de reconhecer essa situação, o Governador Geraldo Alckmin, do PSDB, mostra novamente sua face autoritária e tresloucada de governar dizendo que a decisão dos professores deflagrando greve não passa de uma “novela que acontece todos os anos”.
Gostaria de me ater a essa fala que me fez lembrar de uma novela que passou nos idos de 1986 chamada Cambalacho,  novela essa que faz uma crítica sobre ao comportamento condescendente frente a falcatruas e à corrupção, pois se nossa greve é uma novela ele mesmo é o principal autor e seu partido, que está no poder a pelo menos 20 anos no Estado, Estado esse que serviria perfeitamente para o enredo de Cambalacho, por uma gestão marcada por omissão, falta de compromisso com políticas públicas e CPI’s enterradas pela sua base de apoio na Assembleia.
Só que diferente da novela, nós professores(as), pais, alunos e sociedade paulista vamos dar um desfecho no que consideremos o capítulo final desse Governo que perde a cada dia credibilidade .

 Fabio Sardinha​
Conselheiro Estadual Apeoesp
Comunicador e Estudante de Pedagogia

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