segunda-feira, 21 de março de 2011

O be a bá do Agronegócio

Faz mais ou menos uns 2 anos fiz um trabalho na escola municipal Dom Luis do Amaral Mousinho em Ribeirão Preto como dirigentes da UNE-UEE levando os estudantes desta escola para o congresso da UPES em São Carlos, e naquele momento não tive como não perceber os cartazes na escola enaltecendo o agronegócio e foi nesse momento que descobri que na rede municipal existe este projeto em parceria com a ABAG para informar os jovens sobre a importância do agronegócio, não acreditava naquilo que via naquela escola publica um espaço para formação do jovem sendo utilizado por uma associação mantida por ruralistas e grandes empresários do chamado agronegócio para o que considero uma doutrinação que não leva em consideração os males que a monocultura e os agrotóxicos fazem para humanidade, o que a juventude necessita é uma formação que os oriente sobre as formas de cultivo que utilizam o manejo responsável como a agroecologia bem diferente do que existe hoje naquela escola municipal, recebi esta matéria por email que posto logo abaixo do jornal folha de São Paulo sobre este projeto em nossa rede municipal.


Reportagem da folha sobre o Projeto do Agronegócio na Escola

http://www1.folha.uol.com.br/saber/891097-aula-sobre-agronegocio-cria-polemica-em-ribeirao-preto.shtml

19/03/2011 - 12h55

Aula sobre agronegócio cria polêmica em Ribeirão Preto
JULIANA COISSI

DE RIBEIRÃO PRETO

Aulas sobre o agronegócio nas escolas municipais de Ribeirão Preto têm gerado polêmica entre professores e especialistas.
O assunto foi parar no Conselho Municipal de Educação, que pediu uma cópia de cada projeto pedagógico externo desenvolvido nas escolas para ser analisado.
Agronegócio está presente na região, diz secretária de Ribeirão
O que mais gerou discussão foi o projeto "Agronegócio na Escola", desenvolvido com a Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto).
O programa atende alunos do 8º e do 9º ano desde 2009 --antes, foi aplicado por dez anos na rede estadual. Cerca de 112 mil estudantes da região já passaram pelo curso.
No lançamento do projeto, em 2009, a prefeita Dárcy Vera (DEM) chegou a dizer que "na terra da Agrishow e capital mundial do etanol" não poderia ser deixada de fora da escola "esta disciplina tão importante".
Para a conselheira Adriana de Bortoli Gentil, é errado o enfoque apenas pelo lado positivo do agronegócio.
"Você não mostra a questão fundiária, de concentração de terras, não mostra essa perspectiva histórica."
Na opinião da conselheira Ana Paula Soares da Silva, os alunos devem conhecer também outros modelos de agricultura, como a agroecologia ou a agroflorestal.
"Quando a prefeitura adota isso e coloca como um grande programa, é complicado, principalmente porque é educação pública."

CARTILHA

A Abag-RP oferece cartilhas às crianças e um vídeo, que é utilizado por professores nas aulas. O material está no site da Abag.
A cartilha aborda temas como o surgimento da agricultura e sua modernização.
Há trechos polêmicos, como o meio ambiente. Dois personagens conversam sobre o tema, e dizem que as leis ambientais são respeitadas no Brasil Professores são levados para conhecer usinas e são capacitados pela entidade. Os alunos também participam de concurso de redações com temas definidos pela Abag-RP --como "Agronegócio e Meio Ambiente".

Editoria de Arte/Folhapress
A Secretaria da Educação e a Abag-RP defendem que o conteúdo aborda um tema importante na vida da região).
Coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Maria Márcia Sigrist Malavasi diz que temas sociais e econômicos são importantes, "mas é sempre delicado, porque pode ter uma ideologia que deturpe um pouco a realidade."
Mais do que o material, o principal é que o professor esteja bem formado. "Posso dar o material na mão de um professor não bem formado e ele pode fazer um estrago, tanto defendendo o grande pecuarista como defendendo as invasões de terra."

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