quarta-feira, 4 de maio de 2011

Manifesto das Entidades Estudantis da FFCLRP

Segue manifesto de companheiros estudantes da USP de Ribeirão Preto que posto aqui para colaborar com a luta dos amigos que a muito tempo tem problemas com relação a participação democrática nas instâncias de decisões da universidade, tive a oportunidade no ano passado de contribuir no que foi possivel com a ocupação da reitoria que ocorreu na universidade devido a falta de debates e participação dos estudantes nos destinos da universidade pública campus Ribeirão Preto, e nesse ano de forma autoritária o espaço de convivência dos estudantes foi lacrado por assim dizer sem que os estudantes pudessem ao menos serem ouvidos e mais uma vez os amigos tem o meu apoio e das entidades que atuo como UEE e UNE, abaixo segue o manifesto das entidades estudantis da da FFCLRP e um relato que recebi do amigo Leandro do curso de Psicologia.



É com muita tristeza que viemos informar que os dois Centros de Vivência da Filô foram lacrados com solda pelo nosso diretor!!

Com isso, várias atividades estundatis estão sendo atrapalhadas, como os ensaios da bateria, as aulas de dança no CV, reunião das entidades. Inclusive, o nosso diretor chegou no meio do último ensaio da bateria pedindo que parássemos o ensaio e nos retirássemos do CV.

Como se não bastasse, os materiais das entidades ficaram trancados dentro do CV, como os instrumentos da bateria, os documentos do CAFi e Atlética, arquivos do CEPed, CECID, CENEQUI, CEFiM.


Manifesto das Entidades Estudantis da FFCLRP

“Uma universidade na qual não haja um contínuo discutir sobre problemas importantes (especulativos ou práticos), um continuo intercambio de diferentes pontos de vista, onde ninguém seja dono da verdade e por conseguinte não exista a peste da soberba intelectual, da petulante superioridade, é uma Universidade morta ou totalitária...”

Miguel R. Covian

A Universidade nasceu por volta do século XIII na Europa. A palavra ”Universitas” refere-se originalmente não a uma instituição, prédios, estatutos ou currículos, mas sim ao um grupo de pessoas (alunos e mestres) que se reuniam com o intuito de discutir e aprender juntos. É certo que nos diversos séculos desde então haveria necessária mudança na Universidade. No entanto, talvez seja pertinente nos perguntarmos o que deve ser superado do passado e o que deveríamos lutar para manter.

Atualmente a Universidade tem formalmente como atividades fins o ensino, a pesquisa e a extensão. Porém, nos parece necessário exigir um pouco mais que isso. Entendemos que tais objetivos só podem ser adequadamente realizados a partir de condições mínimas. Primeiramente, o espaço universitário deve ser prioritariamente espaço de debate livre, crítico, polêmico, onde necessariamente diversas opiniões e posições sejam ouvidas e discutidas de forma horizontal. Deve ser local onde problemas importantes - sejam científicos, artísticos, políticos, culturais, sociais ou ainda outros - possam ser discutidos abertamente com a comunidade. Não devemos nos curvar ao utilitarismo e pragmatismo. É importante sim, estarmos ancorados em nosso momento histórico, no entanto não podemos perder de vista a necessidade de pensarmos além dele, seja nos ensinamentos e avisos do passado ou nos perigos e possibilidades do futuro.

E quanto a nossa querida Filô, o quão de fato podemos defini-la como universitária? Já não é de hoje que nossos dirigentes aparentemente se esqueceram que a universidade é pessoas. E que tais pessoas não aprendem e se desenvolvem apenas em laboratórios, salas de aula ou grupos de pesquisa, mas também em espaços de organização autônomos, em momentos confraternizações e participação. Se a Universidade é pessoas, para termos uma universidade em sua integralidade devemos necessariamente respeitar a integralidade das pessoas que a compõe. Tal integralidade não será possível enquanto tivermos que tentar vestir todos nossas ações de fins acadêmicos. Ser universitário é muito mais do que ser acadêmico, e não podemos permitir que uma instituição nos reduza a tão pouco. Quando somos impedidos de participarmos democraticamente das decisões que afetam nossa própria realidade; quando os espaços autônomos de convivência são desrespeitados; quando as posições divergentes são ignoradas, o espírito universitário morre.

Como podemos nós, alunos da FFCLRP, nos dizer membros de uma comunidade universitária diante dos últimos acontecimentos? Somos ameaçados de perder nosso Centro de Vivência por realizar atividades que são proibidas por um termo que nos foi imposto. Somos ignorados ao pedir participação efetiva no plano de segurança do Campus. Temos nosso direito à saúde atacado sem nenhuma espécie de aviso ou oportunidade de pensarmos alternativas previamente. Não participamos de fato, assim como a maioria dos funcionários e docentes, das decisões que determinam diariamente o destino de toda a Faculdade. Entendemos que uma instituição que não prioriza os espaços e momentos de convívio entre as pessoas, a discussão aberta e plural e a efetiva ampla participação nas decisões não pode ser definida como universitária.

Assim sendo, nossas reivindicações são:

-Inclusão do Termo de Permissão e Uso do Centro de Vivência de vivência na pauta do CTA;

-Abertura imediata dos Centros de Vivência da Filô;

-Criação de um fórum paritário para a discussão do Termo de Permissão e Uso do Centro de Vivência;

-Discussão mais ampla sobre o plano de segurança do campus de Ribeirão Preto;

-Esclarecimento sobre o corte do Plano de Saúde e sobre o destino da verba que era destinada a este fim.

Acreditamos que desta forma a FFCLRP possa se aproximar um pouco mais de ser reconhecida como uma comunidade genuinamente universitária.

Centro Acadêmico da Filosofia - CAFi

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