segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Por um Novo Amanhecer, um Feliz Ano Novo...

Mais um ano se vai e com ele lutas, vitórias, derrotas e a certeza de grandes emoções, sempre dedico todo final de ano para balanço, balanço daquilo que fiz, daquilo que não fiz e principalmente daquilo que é necessário fazer.O ano de 2013 acredito que vai ser mais um ano de grande desafios e definições que vão definir nosso futuro, desejo a todos os amigos e amigas um feliz ano novo e que nessa virada possamos recarregar nossos corações e mentes com muita fé e esperança para continuarmos nesta luta por outra sociedade mais justa e igualitária, pois é este sentimento que nos move rumo a um futuro para todos e todas de fato, esses são meus votos de feliz ano novo e que venha 2013 para recebermos o futuro de braços abertos e cabeça erguida rumo a um novo amanhacer!





sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Grato Sempre...



Gostaria de agradecer a todos amigos e amigas que me parabenizaram pelo meu aniversário na data de ontem, a cada ano como as dividas que tb aumentam percebo que meus amigos tb, sempre grato por compartilhar um ano de muitas emoções e vitórias com vcs, estes laços de amizade e confiança que nos fortalecem a cada dia na luta por melhores dias para nossa sociedade, grande abraço a todos e todas...

sábado, 15 de dezembro de 2012

Leonardo Boff: Oscar Niemeyer, a Veja online e o Escaravelho



publicado em 9 de dezembro de 2012 às 15:16
por Leonardo Boff, em seu blog (via e-mail, sugestão da Secretaria Geral do MST)
Com a morte de Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade ouviram-se vozes do mundo inteiro cheias de admiração, respeito e reverência face a sua obra genial, absolutamente inovadora e inspiradora de novas formas de leveza, simplicidade e elegância na arquitetura. Oscar Niemeyer foi  e é uma pessoa que o Brasil e a humanidade podem se orgulhar.
E o fazemos por duas razões principais:  a primeira, porque Oscar humildemente nunca considerou a arquitetura a coisa principal da vida; ela pertence ao campo da fantasia, da invenção e do lúdico. Para ele era um jogo das formas, jogado com a seriedade com que as crianças jogam.
A segunda, para Oscar, o principal era a vida. Ela é apenas um sopro, passageira e contraditória. Feliz para alguns mas para as grandes maiorias cruel e sem piedade. Por isso, a vida impõe uma tarefa que ele assumiu com coragem e com sérios riscos pessoais: a da transformação. E para transformar a vida e  torná-la menos perversa, dizia,  devemos nos dar as mãos, sermos solidários uns para com os outros, criarmos laços  de afeto e de amorosidade entre todos. Numa palavra, nós humanos devemos aprender a nos tratar humanamente, sem considerar as classes, a cor da pele e o nível de sua instrução.
Isso foi que alimentou de sentido e de esperança a vida desse gênio brasileiro. Por aí se entende que escolheu o comunismo como a forma e o caminho para dar corpo a este sonho, pois, o comunismo, em seu ideário generoso, sempre se propôs a transformação social a partir das vítimas e dos mais invisíveis. Oscar Niemeyer foi um fiel militante comunista.
Mas seu comunismo era singular: no meu modo de ver, próximo dos cristãos originários  pois era um comunismo ético, humanitário, solidário, doce, jocoso, alegre e leve. Foi fiel a esse sonho a vida inteira, para além de todos os avatares passados pelas várias formas de socialismo e de marxismo.
Na medida em que pudemos observar, a grande maioria da opinião pública mundial, foi unânime na celebração de sua arte e do significado humanista  de sua vida. Curiosamente a revista Veja de domingo, dedica-lhe 10 belas páginas.  Outra coisa, porém, é a revista Veja online de 7 de dezembro com um artigo  do blog do  jornalista Reinado Azevedo que a revista abriga.
Ele foi a voz destoante e de reles mau gosto. Até agora a Veja não se distanciou daquele conteúdo, totalmente, contraditório àquele da edição impressa de domingo. Entende-se porque a ideologia de um é a ideologia do outro. Pouco importa que o jornalista Azevedo, de forma confusa, face às críticas vindas de todos os lados, procure se explicar. Ora se identifica com a revista, ora se distancia, mas finalmente seu blog é por ela publicado.
Notoriamente, Veja se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro. Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana.
Ela dá a impressão de não amar os brasileiros, ao contrário expõe ao ridículo o que eles são e o que criam. Já o título da matéria referente a Oscar Niemeyer, da autoria de Azevedo, revela seu caráter viciado e malevolente: ”Para instruir a canalha ignorante. O gênio e o idiota em imagens”.  Seu texto piora mais ainda quando, se esforça, titubeante, em responder às críticas em seu blog do dia 8/12 também naVeja online com um título que revela seu caráter despectivo e antidemocrático:” Metade gênio e metade idiota – Niemeyer na capa da Veja com todas as honras! O que o bloco dos Sujos diz agora?” Sujo é ele que  quer contaminar os outros com a própria sujeira de uma matéria tendenciosa e injusta.
O que se quer insinuar com os tipos de formulação usados? Que brasileiro não pode ser gênio; os gênios estão lá fora; se for gênio, porque lá fora assim o reconhecem, é apenas em sua terceira parte e, se melhor analisarmos, apenas numa quarta parte. Vamos e venhamos: Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado. Seguramente Azevedo está inscrito no número bem definido por Albert Einstein: ”conheço dois infinitos: o infinito do universo e o infinito dos idiotas; do primeiro tenho dúvidas, do segundo certeza”. O articulista nos deu a certeza que ele e a revista que o abriga possuem um lugar de honra no altar da idiotice.
O que não tolera em Oscar Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor. Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado, defendida por Veja  e seu albergado, que só sabe de concorrência, de “greed is good” (cobiça é coisa boa), de acumulação à custa da exploração ou da especulação, da falta de solidariedade e de justiça em nível internacional.
Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros. Ela é um monumento à razão cínica. Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso condenado a viver na periferia. Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade  daqui, da cultura brasileira.
A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na Veja online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer.  Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se  realimenta continuamente. Nada de surpreendente, portanto.
Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama. Reproduzo igualmente dois testemunhos indignados de duas pessoas respeitáveis: Antonio Veronese, artista plástico vivendo em Paris e João Cândido Portinari, filho do genial pintor Cândido Portinari, cujas telas grandiosas estão na entrada do edifício da ONU em Nova York e cuja imagem foi  desfigurada e deturpada, repetidas vezes, pela revista-escaravelho.
Oscar Niemeyer e a imprensa tupiniquim – Antonio Veronese
Crítica mesquinha, que pune o Talento, essa ousadia imperdoável de alçar os cornos acima da manada. No Brasil, Talento, como em nenhum outro país do mundo, é indigerível por parte da imprensa, que se acocora, devorada por inveja intestina. Capitania hereditária de raivosos bufões que já classificou a voz de Pavarotti de ruído de pia entupida; a música de Tom Jobim de americanizada; João Gilberto de desafinado e Cândido Portinari de copista.…
Quando morre um homem de Talento, como agora o grande Niemeyer, os raivosos bufões babam diante do espelho matinal sedentos de escárnio.
Não discuto a liberdade da imprensa. Mas a pergunta que se impõe é como um cidadão, com a dimensão internacional de Oscar Niemeyer, (sua morte foi reverenciada na primeira página de todos os grandes jornais do mundo) pode ser chamado, por um jornalista mequetrefe, num órgão de imprensa de cobertura nacional, de metade-gênio-metade idiota? Isso após sua morte, quando não é mais capaz de defender-se, e ainda que sob a desculpa covarde, de reproduzir citação de terceiros…. O consolo que me resta é que a História desinteressa-se desses espasmos da estupidez. Quem se lembra hoje dos críticos da bossa nova ou de Villa-Lobos? Ao talento, no entanto, está reservada a reverência da eternidade.
Antonio Veronese
*****
Meu caro Antonio,
Que beleza o seu texto, um verdadeiro bálsamo para os que ainda acreditam no mundo de amanhã nascendo do espírito, da fé e do caráter dos homens de hoje!
Não é toda a imprensa, felizmente. Há também muita dignidade e valor na mídia brasileira. Mas não devemos nos surpreender com a revista semanal. Em termos de vileza, ela sempre consegue se superar. Ela terá, mais cedo ou mais tarde, o destino de todas as iniquidades: a vala comum do lixo, onde nem a história se dará o trabalho de julgá-la.
Os arquivos do Projeto Portinari guardam um sem número de artigos desta rancorosa revista, assim como de outras da mesma editora, sobre meu pai, Cândido Portinari e outros seus companheiros de geração. Sempre pérfidos, infames e covardes, como este que vem agora tentar apequenar um grande homem que para sempre enaltecerá a nossa terra e o nosso povo.
Caro amigo, é impossível ficar calado, diante de tanta indignidade.
Com o carinho e a admiração do
Professor João Candido Portinari 
Leonardo Boff é filósofo, teólogo, escritor e comisionado da Carta da Terra.

Denuncismo, falso moralismo, o que está em jogo?



Interessante se não tivermos uma leitura de conjuntura nacional atualizada poderemos facilmente ser levados a ter posicionamentos que nos levem a julgamentos injustos e colocar em xeque projetos que já demonstraram que o Brasil está no caminho correto do desenvolvimento e avanços sociais.

Temos muitos desafios ainda para superar, mas não podemos deixar que uma contra ofensiva orquestrada pelos partidos derrotados nas últimas eleições que representam o pensamento neoliberal de direita mais reacionária do nosso País nos levem ao retorno de um período de atrasos e retrocessos para o povo brasileiro.

 Os últimos ataques a este projeto vem em uma ação orquestrada moralista que nos faz lembrar muito nos tempos da UDN e Carlos Lacerda nos idos de 1964, e que afetam a imagem de nosso ex presidente Lula, que devido a sua popularidade e competência que abriram este novo ciclo político de avanços para o nosso País causam medo e até um certo preconceito de uma elite que se assanha para retornar ao poder.

Com o advento das próximas eleições de 2014 e a possibilidade real de Lula conduzir outra derrota para esta estas forças reacionárias principalmente em nosso Estado de São Paulo é motivo mais que suficiente para parte da mídia que defende este projeto reacionário sirva de voz para este grupo.

O que está em jogo são dois projetos distintos um que representa e os desafios para outro patamar civilizatório para a nossa nação e outro é o que já conhecemos que é o projeto neoliberal, opressivo, de retrocessos e alinhamento político e ideológico com os E.U.A, projeto este que foi representado pelos oito anos de FHC e pelo governo do estado de São Paulo nesses últimos 16 anos.

É necessário termos claro a leitura de conjuntura para identificarmos os interesses que estão em jogo, ainda temos muitos desafios para superar e a volta do projeto neoliberal de nenhuma forma representa os avanços para o nosso povo que os oito anos de Lula e agora Dilma representaram para o povo brasileiro.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ribeirão Rumo a 8° Bienal e 14° Coneb e por uma Universidade Federal em nossa cidade



Saudações
Estamos convocando toda juventude universitária como também a quem se interessar a participar de um dos maiores festivais de cultura e arte que é a 8°Bienal da UNE.
 O maior festival estudantil da América Latina será nas cidades de Recife e Olinda, em Pernambuco, entre os dias 22 a 26 de janeiro de 2013. As inscrições de trabalhos e participantes já começaram.
Também participaremos do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) que será de 18 a 21 de janeiro em Recife.
Antecedendo a 8ª Bienal da UNE, a cidade de Recife receberá, entre os dias 18 a 21 de janeiro de 2013, um dos principais fóruns do movimento estudantil brasileiro, o 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB). São esperados cerca de quatro mil estudantes representando Diretórios Acadêmicos (DAs) e Centros Acadêmicos (CAs) de universidades de todo o país em uma programação de conferências, debates, grupos de discussão e plenárias. O tema do 14º CONEB é Reforma Universitária.
“O objetivo é aprovar uma atualização das bandeiras de luta da UNE sobre a educação, debatendo as profundas transformações e mudanças provindas da expansão das vagas, lei de cotas, ampliação das políticas de assistência estudantil na educação superior”, detalhou a diretora da UNE, Luiza Lafetá.
Estamos mobilizando uma grande delegação de nossa cidade para participar destas grandes atividades do movimento estudantil brasileiro, junto com essa mobilização estamos debatendo junto com os estudantes a necessidade de trazer uma universidade federal para nossa cidade e para isso estamos fazendo um abaixo assinado para entregar nas mãos do ministro da Educação nos dias do evento, faça também parte deste movimento para que juntos possamos trazer para nossa cidade esta grande conquista para toda juventude, acesse online nosso abaixo assinado http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=ufrp e dê sua contribuição.
A Bienal da UNE é um dos maiores festivais estudantis de cultura da América Latina, que ocorre desde 1999 e já passou por diversas cidades do Brasil. A programação reúne debates, seminários, oficinas, mostras de trabalhos, shows e diversas outras atividades culturais. É um grande festival de cultura, ciência tecnologia que seleciona e apresenta o que de mais importante tem sido produzido nas universidades brasileiras.
O tema da 8ª Bienal da UNE traz como tema “A Volta da Asa Branca”, celebrando a cultura do sertanejo nordestino, em seus mais variados aspectos.
Nessa edição, o homenageado será o sanfoneiro Luiz Gonzaga, ícone da música popular brasileira, que completa seu centenário de nascimento em 2012.
A programação será divulgada em breve no hotsite www.bienalune.org.br.
Há duas formas de participar da 8ª Bienal da UNE. Você pode se inscrever para apresentar um trabalho ou apenas participar das atividades da programação.
Para fazer sua inscrição, é só acessar o link, preencher o formulário online, gerar um boleto bancário e efetuar o pagamento. A inscrição será finalizada assim que o pagamento for feito. ATENÇÃO! É IMPRESCINDÍVEL apresentar o comprovante do pagamento no credenciamento do evento, pois essa será a única forma de comprovar sua inscrição.
Os interessados podem inscrever até três trabalhos por categoria. As inscrições podem ser realizadas individualmente ou em grupo.
Não há limite de participantes por grupo de trabalho inscrito, porém, é necessário que, no mínimo, metade dos participantes de cada grupo esteja matriculado na universidade em 2012.
Música, Artes Cênicas, Artes Visuais, Ciência e Tecnologia, Projetos de Extensão, Literatura e Audiovisual.
Se o estudante tiver algum problema e não conseguir finalizar sua inscrição, basta iniciar o processo de inscrição novamente. Caso o sistema indique duplicidade de CPF, o estudante deve anotar o seu código, entrar em contato com a UNE ou enviar e-mail para o suporte técnico: contato@startpro.com.br.
Fazer o pagamento de seu boleto de inscrição da 8ª Bienal da UNE é simples. Após preencher o formulário de inscrição online clique em “Gerar boleto”. Com ele gerado, o inscrito deve efetuar o pagamento para consolidação de sua inscrição. Para segurança do inscrito, o comprovante de pagamento do boleto bancário deve ser guardado e apresentado no dia do evento, quando o participante for efetuar o seu credenciamento e retirar o seu crachá. Após o dia 13/01/2013 as inscrições individuais só poderão ser feitas pessoalmente no local. Mais detalhes sobre os valores e inscrição aqui.
Ao pagar a taxa de inscrição, o participante terá direito a participar de todas as atividades do evento, shows, debates, oficinas, apresentações culturais e outras atrações da programação. Além disso, a inscrição contempla alojamento e o transporte até o local das atividades. Lembrando que a alimentação não está inclusa.
Os alojamentos serão feitos em escolas e clubes nas cidades de Recife e Olinda. Os estudantes inscritos poderão acampar no local ou dormir em salas de aula.
Os alojamentos contarão com seguranças profissionais, contratados pela União Nacional dos Estudantes, e a entrada e saída do local serão liberadas apenas mediante apresentação de pulseira de identificação, que será entregue no momento do credenciamento. Porém, é de responsabilidade total do participante cuidar de seus bens e objetos pessoais. Recomendamos que cada um leve cadeados e mantenha mochilas e barracas trancadas.
O participante deve levar tudo àquilo que for precisar para sua estadia, como barraca para dormir, saco de dormir, travesseiros, colchões, cobertores e objetos de higiene pessoal. Roupas apropriadas para o clima quente de Pernambuco também são recomendadas.
A programação de atividades da 8ª Bienal da UNE está dividida em atividades entre Recife e Olinda. A UNE providenciará transporte para todos os participantes inscritos de uma cidade para a outra. Lembrando que o transporte até o estado de Pernambuco é de responsabilidade exclusivamente do participante.
  Caravanas estão sendo organizadas em todos os Estados inclusive em nossa cidade.
Ao chegar, dirija-se à Olinda, cidade vizinha localizada a 22 km de Recife, e vá ao complexo da Praça do Carmo (logo na entrada da cidade), local onde estará sendo feito o credenciamento para retirar o seu crachá de participante. O crachá dará acesso a todas as atividades da programação, bem como ao alojamento.
Ficou com alguma dúvida? Envie e-mail para fabiosardinha@hotmail.com

sábado, 24 de novembro de 2012

Leonardo Sakamoto: A insanidade da Black Friday


Eu juro que achei que essa insanidade da Black Friday nunca aportaria em terras tupiniquins. Talvez pela impossibilidade da tradução direta do termo gerar algo que faça sentido por aqui. Ou pelo fato de que, ao contrário do que acontece no Grande Irmão do Norte, não comemoramos um Dia de Ação de Graças – feriado conectado com a sexta-feira de grandes descontos – e só mandamos perus para a guilhotina no Natal. No que pese eu preferir lombo e tender.


Por Leonardo Sakamoto, em seu blog



Informática, turismo, academias, seguros, ração para au-au, cosméticos, eletro-eletrônicos, com mais de 75% de desconto, reunindo cerca de 300 varejistas e suas lojas virtuais. Loucura, loucura, loucura. Desconto é bom e deveria ocorrer em boa parte do ano. Limar estoque? Melhor ainda.

Mas o fato é que tenho ouvido de pessoas queridas de que PRECISAM comprar algo nesta sexta.

- Mas você está precisando de algo?

- Não. Mas você viu os preços?!

É o capitalismo, estúpido! Não é demanda que gera oferta. Mas a publicidade ostensiva sobre a oferta que cria a demanda.

Comprar é importante, gira a economia, gera empregos, realiza desejos, supre necessidades, compensa frustrações. Não estou defendendo que vocês plantem capeba e pariparoba para fazer remédio, cultivem a própria juta para confeccionar a roupa e entoem mantras em torno da fogueira a fim de acordar o pequeno leprechau da floresta que reside dentro de cada um ao invés de atirar nos miolos de algum zumbi doido no seu PlayStation 3. Mas, antes de saírem à caça nesta sexta (alguns, aliás, protagonizando cenas como as que ocorrem nos Estados Unidos: de desespero, correndo atrás dos produtos, e de emoção, abraçando TVs), reflitam.

Se está com aquele vazio difícil de preencher ou ficando “transparente” para seus amigos e colegas, a solução é adquirir um produto e, através dele, o pacote simbólico de cura e inserção que traz consigo? Como já escrevi aqui antes, quem acha que a Coca-Cola, Apple ou Fiat vendem refrigerantes, tecnologia e carros, respectivamente, está enganado. Vendem estilos de vida. Do que somos. Do que gostaríamos de ser. Do que deveríamos ser – não em nossa opinião, necessariamente, mas de uma construção do que é bom e do que é ruim. Daí o problema. Porque essa construção não é nossa, mas – não raras vezes – vem de cima para baixo.

A busca pela felicidade passa cada vez mais pelo ato de comprar. E a satisfação está disponível nas lojas a uma passada de cartão de distância. Muitos de nós ficam tanto tempo trabalhando que tornam-se compradores compulsivos de símbolos daquilo que não conseguirão obter por vivência direta. Em promoções como esta, em que a porteira está aberta e o convite está feito, nem se fala. Através desses objetos, enlatamos a felicidade – pronta para consumo, mas que dura pouco. Porque, como os produtos que a representam, possui sua obsolescência programada para dar, daqui a pouco, mais dinheiro a alguém.

O que é de fato “necessário”? A definição disso pode ser bastante subjetiva, ainda mais que tornamos o excesso parte do dia a dia. É como não saber mais o que é real e o que é fantasia ou, pior, não ter ideia de como escolher entre o caminho irreal da felicidade e a via dura da abstinência.

“Wall.e” é uma animação produzida pela Disney e a Pixar que conta a história de um robozinho cuja missão é organizar o lixo em que se transformou o planeta devido ao consumismo desenfreado dos habitantes e à ganância de grandes corporações. No futuro, a Terra terá se transformado em um lixão impossível de sustentar vida e os seres humanos terão se mudado para uma nave espacial à espera de que os robôs limpassem as coisas.

Na cadeira do cinema (sim, fui ver na época na tela grande – hehehe), fiquei matutando que Wall.e seria um bom instrumento para discutir com os mais novos a diferença entre consumir para viver e viver para consumir. Mas, na saída, conversando com alguns amigos, veio uma preocupação: será que os produtores teriam a pachorra de vender quinquilharias sobre os personagens do filme? Da mesma forma que fazem em outros casos, indo na contramão da história contada na tela?

Vale ressaltar que os brinquedos inspirados em filmes têm vida curta – duram o suficiente até o próximo sucesso de bilheteria trazer novos bonecos. Ou seja, dentro de pouco tempo viram lixo de plástico e ferro.

Tempos depois, passando por uma loja, vi meu pesadelo tornar-se realidade quando me deparei com uma prateleira inteira de produtos do filme. A vendedora me mostrou um Wall.e que funciona à corda e canta e dança, um outro Wall.e para bebês (na verdade, para os pais dos bebês…) Explicou que a versão de controle remoto havia acabado, tamanha a procura. Afe.

Disso, abstraí que: a) Há pessoas que viram o filme e não entenderam a mensagem; b) Há pessoas que viram o filme e não se importaram com a mensagem; c) Sabendo, de antemão, que há milhões de pessoas nos grupos “a” e “b”, as empresas produtoras do filme se aproveitam e lucram em cima. Afinal de contas, campanhas contra o consumismo desenfreado e pela proteção ao meio ambiente podem ser, quando superficiais, bons pacotes fechados para o consumo imediato e o alívio rápido da consciência. Já que a contradição é inerente ao capitalismo e à sociedade de consumo, por que ter pudores ao explorar isso?

Dessa forma, o futuro desenhado pelo filme deixa de ser fantasia e vai se tornando uma perigosa profecia autocumprida. Sextas-feiras como esta só ajudam a catalisar o processo.

Diante disso, desejo a todos “boas compras”. E que nossos netos nos perdoem.