quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES

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> O ano é 2.209 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre
> avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
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>
> – Vovô, por que o mundo está acabando?
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> A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem
> a resposta:
>
> – Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
>
> – Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
> O velho responde, então, que professores no início, eram homens e mulheres
> elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e
> que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a
> ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história,
> entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
> – Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
> – Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes
> professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
> – E como foi que eles desapareceram, vovô?
> – Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos
> poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que
> veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram
> com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar
> estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os
> alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os
> alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
> Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores,
> que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram
> ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para
> que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou
> ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não
> iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso
> muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais
> interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam
> reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não
> estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram
> vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por
> pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
> Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava
> na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer
> faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando
> vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com
> as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os
> alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos,
> as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a
> Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos,
> e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
> Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram
> gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à
> profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha
> algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se
> tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas”
> eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de
> futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas
> sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
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> Este texto acima circula na internet desde 2009. Mas como ele se mantém
> atualíssimo, vale repassá-lo para os nossos amigos. Trata-se apenas da
> opinião e é de autor desconhecido.

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